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Era uma vez no oeste

Folha acompanha as filmagens do novo longa de Quentin Tarantino, o faroeste sangrento "Django Livre"

RODRIGO SALEM ENVIADO ESPECIAL A NOVA ORLEANS

Os sets de filmagens dos longas de Quentin Tarantino -"Pulp Fiction" (1994) e "Bastardos Inglórios" (2009)- são conhecidos pela animação.

Mas nem o som de "Space Oddity", de David Bowie, que ecoa próximo aos camarins, ameniza a correria que envolve os trabalhos de "Django Livre", faroeste do cineasta que estreia no Natal nos EUA e em 18 de janeiro no Brasil.

Estamos em abril de 2012, dois dias após uma tempestade inundar o set armado em uma antiga fazenda nos arredores de Nova Orleans.

Tarantino precisa correr contra o tempo para compensar a pausa, e a reportagem da Folha só foi avisada de que teria permissão para acompanhar o cineasta minutos antes de entrar em um furgão.

O rumo é para a plantação Evergreen, um local histórico da Louisiana que abrigou barões do algodão do sul dos EUA e centenas de escravos.

Hoje, ela serve de cenário para um filme bombástico tanto por sua qualidade quanto pelo tema -o uso da violência pesada e explícita no período da escravidão virou

quase um tabu na Hollywood moderna.

ESCRAVIDÃO E ARMAS

"Django Livre" é sobre um escravo (Jamie Foxx) que, ao ser libertado por um dentista/caçador de recompensas (Christoph Waltz), parte em busca da mulher, Broomhilda (Kerry Washington), escrava e prisioneira do fazendeiro Calvin Candie (Leonardo DiCaprio).

"Eu queria lidar com o tema da escravidão, mas dentro do cinema de gênero, sem intensidade histórica", explica Tarantino sobre a trama passada em 1859, dois anos antes da eclosão da Guerra Civil americana (1861-1865).

"Mostro a brutalidade e a violência da época, mas ainda conto uma história empolgante e com humor. Não é um filme para o canal Hallmark [conhecido pelos programas para toda a família]."

Na cena acompanhada pela Folha, Django cavalga ao lado de uma charrete e, com óculos escuros redondos e jaqueta verde-musgo, ordena que os escravos acorrentados andem mais rápido.

"Django precisa fingir que é negociante de escravos. O personagem não podia demonstrar emoções, mas eu queria explodir [de raiva]", revela Foxx, negro e nascido no estado vizinho do Texas.

"Há cenas, como a de Kerry Washington sendo chicoteada, que algumas pessoas nem conseguiram olhar", confessa ele, que usou a própria égua Cheetah no filme.

"Também tive armas de brinquedo. Sou caubói desde criança", conta Foxx, que, após o massacre na escola em Newtown, sexta passada, fez um mea culpa.

"Não podemos virar nossas costas e dizer que a violência nos filmes não tem influência", disse à Associated Press.


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