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"O Impossível" retrata família atingida pelo tsunami de 2004

Protagonizado por Naomi Watts e Ewan McGregor, longa é baseado em história verdadeira

Cineasta espanhol Juan Antonio Bayona conta que seu principal desafio foi fazer catástrofe parecer real

FERNANDA EZABELLA DE LOS ANGELES

"Quero sentir o cheiro." Foi essa a primeira missão impossível que o cineasta espanhol Juan Antonio Bayona pediu a seu diretor de fotografia ao se prepararem para rodar seu segundo longa, "O Impossível", baseado na história de uma família atingida pelo tsunami de 2004 durante férias na Tailândia.

"Era uma questão de trabalhar com cores, texturas e materiais que provocassem no público aquele sentimento de que está na cena, de que está sentindo o cheiro", disse Bayona em entrevista à Folha, acrescentando que usou mais de duas câmeras para dar "aquela estética acidental de documentários".

A produção espanhola queria fugir do estilo de filme-catástrofe de Hollywood, algo que chamou a atenção de Naomi Watts ao receber o roteiro. "A princípio achei que era errado fazer um filme-desastre quando tantas pessoas morreram de verdade", disse a atriz, que faz par com Ewan McGregor. "Mas logo nas primeiras páginas eu mudei de ideia, vi que era incrivelmente verdadeiro, era do ponto de vista de María e de sua família."

A espanhola María Belón, que passava o Natal com seu marido e três filhos pequenos na hora da tragédia, trabalhou por quatro anos e meio com o diretor, e foi presente em todo o processo das filmagens. "Ela era como um filtro da verdade, nos mostrava o jeito certo de proceder", lembra Bayona ("O Orfanato").

Para ele, o principal desafio foi fazer com que o tsunami parecesse real, numa sequência que dura dez minutos, rodada num gigantesco tanque na Espanha, após um ano de longas discussões.

"Decidimos evitar fazer água em CGI [imagens geradas em computador] porque era muito caro e não muito verossímil", disse. "O segredo foi misturar várias técnicas, como miniaturas, composição digital e filmagem técnica."

McGregor faz o pai que cuida dos dois filhos menores enquanto busca pela mulher entre os escombros. Ele conta que sentia a todo momento que a equipe tinha uma responsabilidade com as vítimas do tsunami.

"Às vezes, algumas cenas eram cinematográficas demais, de uma certa maneira heroicas. Sentia que não era o certo, e felizmente foram cortadas na montagem", disse o ator.

Watts tem as cenas mais difíceis debaixo d'água, e um problema técnico nos equipamentos submersos a fez passar por uma "pequenina, minúscula amostra" do que é segurar o fôlego por mais tempo do que é capaz. "Me encheu de pânico e raiva também. Achei que o diretor estivesse tentando me assustar, tirar mais emoção de mim. Mas depois vi que não era nada disso", disse.


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