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Caixa celebra 40 anos de carreira de Nana Caymmi

Relançamento de 19 discos revisita a trajetória da cantora, que faz 72 anos

Acompanhada de seus irmãos e músicos Dori e Danilo, intérprete registra álbum em homenagem ao pai

LUCAS NOBILE DE SÃO PAULO

Nana Caymmi completa 72 anos em abril. Resignada, tardiamente ela ainda ganha homenagens relativas aos seus 70. "Sempre é tempo. Houve um atraso porque tem a porra do dinheiro no meio. E ainda tive que ligar para a Argentina para liberar os direitos sobre aquele meu disco ["Nana", de 1973], foi na marra."

Filha do compositor baiano Dorival Caymmi -e irmã dos também músicos Dori e Danilo-, a cantora se refere ao lançamento de "Nana Caymmi - A Dama da Canção" (EMI), caixa que reúne 19 discos em 40 anos de carreira.

O box, que teve organização do produtor e jornalista Rodrigo Faour, compila os álbuns mais relevantes da trajetória de Nana naquela gravadora. Vai desde o primeiro, "Nana", lançado em 1965, até "Sangre de Mi Alma", de 2000, cujo repertório é formado por boleros.

No meio do caminho, há uma série de discos que registraram sucessos atemporais de interpretações de Nana. Estão ali "Nana", de 1977, que contém "Se Queres Saber" (Peterpan) e "Milagre", de seu pai Dorival, além de "Voz e Suor" em que é acompanhada apenas pelo pianista Cesar Camargo Mariano.

Há ainda um volume duplo que resgata 41 faixas gravadas por Nana fora dos discos de carreira da cantora, conhecida por fazer poucas concessões musicais.

"Nunca lutei para vender um milhão de cópias. Isso era uma doença nas gravadoras, uma mentira", diz Nana.

"Eles contratavam espiões para ver quem ia estourar, era uma bomba, uma Hiroshima. Eu nunca participei disso. Mandava para a puta que pariu", completa a cantora.

No volume de raridades, estão temas gravados em diversas épocas, como "Saveiros" -de Dori Caymmi e Nelson Motta, com a qual Nana ganhou o Festival Internacional da Canção de 1966-, além de faixas do compacto de 1967, que tem os Mutantes como banda de apoio.

APOSENTADORIA ADIADA

Em abril do ano passado, a cantora anunciou que abandonaria os palcos. Pretendia passar mais tempo na cidade de Pequeri, em Minas, onde tem uma casa. Recentemente, mudou de ideia.

"Sobre aposentar, venho me preparando. O que me desgasta é viajar. Aeroporto virou uma grande rodoviária. Cantar, eu vou cantar até no caixão, não vou largar, mas tem de ser algo que não me faça viajar muito."

Por "não viajar muito", leia-se sair pouco de Pequeri e do Rio, onde mantém casas.

Nana começa a trabalhar neste mês no registro de um disco especial, em homenagem ao início do ano do centenário de Dorival Caymmi (1914-2008).

"Se pudesse, seria uma cantora de estúdio. O problema é que sempre tem a merda do dinheiro, eles [das gravadoras] dizem: 'vai ficar caro, tem um custo alto'."

No álbum em tributo ao pai, ela será acompanhada dos irmãos Dori e Danilo e gravará um repertório pouco conhecido de Dorival.

Nana diz também ter uma série de músicas guardadas que lhe renderiam um disco novo. Sobre conhecer novos músicos da MPB, ela diz nem pensar, que se satisfaz com o que já conhece.

"É o final dos tempos. Tenho tanto compositor bom na minha vida, não vou procurar novos. Na TV, no rádio, do pouco que vejo não gosto. Minhas netas já foram educadas, estou tranquila."


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