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Seleção brasileira

Passagem de curadores estrangeiros pelo país gera "boom" de convites para festivais de teatro no exterior

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

O teatro brasileiro consolidou um perfil para exportação. A passagem de curadores estrangeiros pelo país -com mais assiduidade nos últimos três anos- resultou numa presença significativa de espetáculos nacionais em mostras previstas para este ano no exterior.

Em 2013, os brasileiros comparecem aos principais festivais do mundo, a começar pelo Santiago a Mil, que acontece desde o último dia 3 e segue até o dia 20.

Durante a edição do evento chileno, além do Grupo Galpão, haverá apresentações da Cia. Hiato, que pode ser considerada um caso de projeção internacional precoce.

Com pouco mais de cinco anos de existência, o coletivo levou "O Jardim" a Berlim em novembro, por iniciativa do teatro Hebbel am Ufer, e foi sondado por curadores de um festival na Holanda e por Matthias Pees, cocurador do Festival de Viena, que costuma acontecer entre maio e junho.

A diretora Christiane Jatahy também recebeu convite para a mostra austríaca: levará a peça "Julia" a Viena. O espetáculo será montado ainda no Kunstenfestivaldesarts, em Bruxelas.

Ainda no decorrer de 2013, o Brasil enviará delegações aos festivais de Edimburgo e de Avignon. Escoceses e franceses verão seis trabalhos que estiveram na programação do primeiro Cena Brasil Internacional, realizado no Rio, no ano passado.

A seleção de espetáculos para as duas mostras é a mesma: a lista de "convocados" inclui "A Tragédia do Fogo", da Cia. Teatro Balagan, o monólogo "Ato de Comunhão", do mais conhecido como diretor Gilberto Gawronski, e "A Marca da Água", da Armazém Cia. de Teatro.

"As artes performáticas brasileiras são fortes. Distinguem-se por seus artistas independentes, por suas companhias e pelos talentos emergentes. Eles merecem ser vistos mais amplamente e ter mais projeção internacional", diz Faith Liddell, diretora do Festival de Edimburgo.

PARCERIA GRINGA

Além de se amparar na qualidade dos trabalhos, a projeção de brasileiros no exterior resulta, em parte, de ações de promoção realizadas em solo nacional por festivais de teatro, principalmente aqueles que convidam curadores estrangeiros.

Liddell integrou um grupo de cinco curadores trazidos ao Rio pelo festival Cena Brasil Internacional. Entre eles estava o francês Pierre Lambert, que organiza a programação do teatro Présence Pasteur, em Avignon.

O organizador do Cena Brasil, Sérgio Saboya, diz que neste ano pretende convidar 30 curadores internacionais para conferir a programação da mostra brasileira.

Segundo Leonardo Moreira, diretor da Hiato, a participação de sua companhia no Santiago a Mil foi selada durante o Festival de Brasília, que, no ano passado, trouxe ao país a diretora da mostra chilena, Carmen Romero. "Ela falou comigo e fez o convite durante o próprio festival", conta ele.

Embora a curadoria de Edimburgo demonstre interesse em "aumentar a participação de brasileiros significativamente nos próximos anos", não há até aqui notícia de espetáculos nacionais participando da mostra oficial do evento neste ano.

As produções nacionais que integram o projeto Cena Brasil foram incluídas nas programações paralelas de ambos os festivais, o que significa que as equipes terão de bancar suas estadias.

Mas há um incentivo, ressalta Saboya: para beneficiar a mostra brasileira, a curadora do Festival de Edimburgo articulou um apoio do complexo cultural escocês Summerhall, o que isentará os brasileiros de desembolsarem libras para fechar o aluguel de uma sala de apresentação. Pagarão, sim, passagens aéreas e alimentação.

No festival de Avignon, o custo dos aluguéis de espaços será coberto pelo Cena Brasil. São € 63 mil por um período de 24 dias.


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