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Contra-ataque exibirá "grandeza humanitária" do Irã

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

Premiado com dois Globos de Ouro e candidato ao Oscar em sete categorias, "Argo" enfureceu o governo do Irã, que promete responder na mesma moeda.

O Birô das Artes iraniano disse estar financiando uma superprodução para divulgar outra versão da tomada de reféns americanos em Teerã no rastro da Revolução Islâmica, em 1979.

Aos olhos da república islâmica, "Argo" traz um relato deturpado do incidente que levou à ruptura total, em vigor até hoje, das relações entre Irã e EUA.

O longa iraniano se chamará "The General Staff", segundo disse na semana passada a agência de notícias pró-regime Mehr. O roteiro, já pronto, foi escrito por Ataollah Salmanian, figura pouco expressiva no cinema iraniano. Ele também será responsável pela direção e produção, que começará nos próximos meses.

Pouco se sabe sobre o conteúdo, mas o diretor afirmou que a obra mostrará a suposta grandeza humanitária do Irã durante a crise.

"O filme é sobre os 20 reféns americanos que foram entregues aos EUA pelos revolucionários", afirmou o diretor à Mehr. Ele se referia aos diplomatas libertados logo no início da tomada por estarem doentes ou por serem negros ou mulheres, "minorias oprimidas" nos EUA, na visão revolucionária iraniana.

Outros 52 reféns ficaram um ano e meio em poder dos militantes que invadiram a embaixada em represália ao asilo dado pelos EUA ao xá Reza Pahlevi, cuja ditadura pró-Ocidente fora varrida pela Revolução Islâmica.

Não está claro se "The General Staff" abordará os seis americanos que fugiram da embaixada no momento da invasão, tema de "Argo".

Embora banido, o filme americano foi amplamente visto no Irã por DVDs piratas. O longa não causou debate popular, mas a mídia estatal o acusou de ser islamofóbico e de "apresentar os iranianos como [...] irracionais, insanos e diabólicos".

O ministro da Cultura e Orientação Islâmica, Mohammad Hosseini, disse que "Argo" foi feito com base em "motivações maléficas".


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