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Criador da Cidade das Artes visita prédio no Rio para discutir ajustes

Christian de Portzamparc diz que 95% da obra foi bem-feita, mas que há mudanças necessárias

Francês não participou da conclusão da obra por não ter recebido da prefeitura a última parcela de seu contrato

MARCO AURÉLIO CANÔNICO DO RIO

A caminho do grande e inóspito cruzamento rodoviário da Barra da Tijuca onde foi construído o complexo cultural Cidade das Artes, sua primeira obra no Brasil, o arquiteto francês Christian de Portzamparc comenta:

"Aqui nada é muito interessante, são mercados, condomínios, carros. Colocar um lugar como esse aqui era muito triste, então decidi elevá-lo a dez metros, para que dele se pudesse ver as montanhas, as árvores, o mar".

Visitando sua criação pela primeira vez desde que foi parcialmente aberta ao público, no dia 3, após uma década e um custo superior a R$ 550 milhões, Portzamparc diz sentir orgulho e certo alívio de ver o prédio "viver". "Foi difícil, mas muito importante na minha vida", diz, em português com sotaque.

Primeiro francês laureado com o prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura, ele foi à Cidade das Artes para ver seu estado atual e participar de ajustes que ainda precisam ser feitos.

"A maior parte, 95%, está bem-feita. Algumas coisas de iluminação interna são feias. A obra foi terminada sem minha equipe. São detalhes, como algumas grades com as quais não concordo."

Ele teve uma reunião com Emilio Kalil, ex-secretário municipal de Cultura e atual presidente da fundação que administra o espaço.

"Achei que devia ter uma conversa com ele para revisar algumas coisas, o que é normal num prédio desse tamanho, que acabamos de ocupar. Por isso estamos em 'soft opening'", diz Kalil.

Além de detalhes estéticos, há mudanças ligadas à segurança, como adequar o espaço em alguns corrimãos às exigências dos bombeiros.

Portzamparc atribui os ajustes ao fato de não ter participado da conclusão da obra, porque a prefeitura, segundo ele, não lhe pagou a última parte do contrato, cerca de R$ 190 mil (de um total de R$ 22,9 milhões). A RioUrbe, empresa municipal responsável pelo empreendimento, afirma que a parcela não foi paga "por referir-se à serviços não executados".

Paralelamente, Portzamparc toca dois projetos gigantes. Um deles é o complexo cultural Casart, em Casablanca (Marrocos), que abrigará o maior teatro da África (1.800 lugares) e cujo contrato foi disputado por arquitetos badalados como Frank Gehry.

O outro é o maior edifício residencial de Nova York, uma torre de 300 m de altura próxima ao Central Park, com apartamentos à venda por mais de US$ 100 milhões, cuja inauguração está programada para 2015.


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