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Crítica série

'Girls' tem mais de 'Seinfeld' do que de 'Sex and the City'

TETÉ RIBEIRO EDITORA DA “SERAFINA"

Em 1994, quando Quentin Tarantino lançou "Pulp Fiction", seu segundo filme, considerou o título "O Primeiro Era Melhor", para simplificar a vida dos críticos. Ele vinha do sucesso de "Cães de Aluguel" e sabia que o mundo todo estava de olho.

Lena Dunham e "Girls" estão no mesmo momento.

A primeira temporada surpreendeu com uma protagonista toda errada.

Hannah Horvath, a aspirante a escritora desinibida e de caráter maleável, conduziu a série como parecia conduzir a vida: com saídas "over-racionalizadas" para problemas simples, e soluções simplórias para problemas complexos (depois de ver o namorado ser atropelado por sua culpa, come um pedaço de bolo diante do mar).

A segunda temporada estreia em ritmo mais lento. A história dá um salto de umas três semanas, os conflitos estão todos lá, só um pouco mais marinados. Mas, antes de estampar o título que Tarantino queria para "Pulp Fiction", espere uma semana. O segundo episódio mostra de novo o gênio de Dunham.

A novidade agora é o novo "peguete" de Hannah, um estudante negro e republicano, com quem ela fica sem contar ao ex, Adam (que ainda não sabe que é ex). Hannah mente com a mesma naturalidade com que aparece pelada.

É um erro, no entanto, comparar "Girls" com "Sex and the City". Os dois têm coisas em comum, é verdade. São quatro amigas que discutem abertamente as suas vidas, em Nova York, num seriado ultrarrealista em relação a referências da cidade (no caso atual, do Brooklyn).

Mas, ao contrário de "Girls", "Sex and the City" foi sempre um negócio. Começou com uma coluna de jornal que virou livro. Então teve os direitos comprados por um produtor de TV, que contratou uma atriz principal que também já tinha sucesso.

Nada disso vale para "Girls". Dunham está mais para Jerry Seinfeld do que para o "Sex and the City" Inc.

Seinfeld também chegou à TV como criador, roteirista, diretor e protagonista de uma série que girava em torno de um personagem baseado nele mesmo. E pegou a sitcom, que parecia fadada ao enfado nos anos 1990, e a renovou, simplesmente porque tinha um talento único.

No fundo, "Girls" gera uma boa quantidade de análises furadas por um motivo simples: o título no plural. Se o nome fosse só "Girl", diria mais a que veio.


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