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Diretor do Bolshoi se recupera de ataque

Ex-bailarino Sergei Filin, que sofreu atentado com ácido na manhã de sexta, não corre mais risco de perder a visão

Polícia e família acham que motivação da agressão, ocorrida após meses de ameaças, seja de cunho profissional

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Vítima de um atentado na madrugada de quinta para sexta-feira, em Moscou, o diretor artístico da Companhia de Balé do Teatro Bolshoi, Sergei Filin, se recupera bem.

Ex-bailarino da companhia, Filin, 42, foi abordado por um homem mascarado que jogou ácido em seu rosto, causando queimaduras de terceiro grau.

A direção do 36º Hospital de Moscou, onde ele foi internado, anunciou ontem que as operações, que duraram 15 horas, foram bem-sucedidas e que Filin não corre mais o risco de perder a visão, o que havia sido aventado.

O próprio dirigente do Bolshoi deu uma breve entrevista à TV russa Ren, de seu quarto no hospital. Com o rosto coberto de ataduras, relembrou o ataque, que não teve testemunhas, e garantiu que está se sentindo bem.

Filin vinha sofrendo ameaças havia meses. Nomeado diretor da companhia em 2011, com mandato de cinco anos, ele tivera os pneus do carro furados, emails pessoais divulgados e mais recentemente recebera ameaças a seus filhos. Na tarde de quinta, horas antes do atentado, Filin havia se reunido com o diretor-geral do Bolshoi, Anatoli Iksanov, e pedido proteção para os filhos.

A principal hipótese da polícia, e do próprio agredido, é de que os ataques tenham motivações profissionais. "Alguém não gosta que eu seja diretor do Bolshoi", disse Filin na entrevista à Ren TV.

"O que aconteceu com Filin não é uma coincidência", escreveu Alexey Ratmansky, um antecessor na direção artística do grupo, em seu perfil no Facebook. "Somos rodeados por um conjunto repugnante de bajuladores e fãs lunáticos preparados para cortar a garganta dos rivais dos seus ídolos."

O agredido vinha tomando medidas para modernizar a companhia, fundada há 234 anos e uma das instituições mais poderosas da dança mundial.

Filin foi criticado, por exemplo, por ter contratado David Hallberg, do American Ballet Theater, para ser o bailarino principal da companhia, o primeiro americano nesse posto, tradicionalmente ocupado por russos.

Um dos ex-bailarinos principais, Nikolai Tsiskaridze, que ambicionara ocupar a direção do Bolshoi, era um dos oponentes públicos de Filin.

Em entrevista ao jornal britânico "Guardian", a mãe de Filin, Natalia Filina, disse que sabia quem era o agressor do filho e que iria revelar o nome à polícia. A porta voz do Bolshoi, Katerina Novikova, por sua vez, declarou no sábado que temia que o crime pudesse nunca ser resolvido.

Até ontem, a polícia ainda não havia detido ninguém.

VIOLÊNCIA CULTURAL

O ataque a Sergei Filin deu visibilidade internacional a outros episódios de ameaças e atentados contra dirigentes culturais russos.

O antecessor de Filin no Bolshoi, Gennady Yanin, havia renunciado ao cargo após sofrer chantagens de um hacker que havia obtido fotos dele de conteúdo erótico.

Na semana passada, o diretor de uma montagem teatral de "Lolita", de Vladimir Nabokov, em São Petersburgo, fora espancado por um desconhecido. Outro diretor teatral, Alexey Malobrodsky, ligado ao Teatro Gógol, em Moscou, também havia sofrido ataque em dezembro.


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