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Feito para TV, filme sobre Bin Laden tem tom de trambique

ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA

Com tanto filme bom sem espaço nas salas, é difícil entender por que "O Homem Mais Procurado do Mundo", produção americana feita para a TV, consegue chegar aos cinemas brasileiros.

A única explicação reside no fato de que o tema do filme -a caça ao terrorista Osama Bin Laden- está em voga, graças a "A Hora Mais Escura", filme de Kathryn Bigelow ("Guerra ao Terror"), este sim um ótimo lançamento, que recebeu cinco indicações ao Oscar e tem estreia marcada para fevereiro no Brasil.

O mais interessante de "O Homem Mais Procurado do Mundo" é a polêmica que gerou quando foi ao ar na televisão americana.

Na ocasião, ele foi visto por alguns como propaganda da candidatura de Barack Obama à reeleição. O filme foi exibido antes do pleito presidencial, e um dos produtores, Harvey Weinstein, é conhecido apoiador do democrata.

"O Homem Mais Procurado do Mundo" relata a caçada dos Estados Unidos a Osama Bin Laden e o ataque que matou o terrorista, em um esconderijo no Paquistão.

Para tentar dar credibilidade jornalística à narrativa, o filme usa o artifício de misturar cenas reais e de ficção.

Assim, alternam-se sequências encenadas como um "thriller" policial e imagens de Barack Obama discursando ou dando entrevistas. Em algumas cenas, atores fingem ser entrevistados, como se estivessem participando de um documentário.

O recurso de misturar fato e ficção dá ao filme um incômodo tom de trambique, como se fosse de fato peça de propaganda ou como se a produção quisesse economizar, usando imagens reais para disfarçar a falta de um bom roteiro e boas sequências.

Incomoda também o clima geral de patriotismo exacerbado, à "Rambo". O filme é, basicamente, um faroeste moderno, com os americanos no papel de mocinhos e nenhum tipo de análise mais profunda da situação. A quem se interessa pelo tema, sugiro esperar até "A Hora Mais Escura".


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