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Crítica
Filme de Godard perde o interesse depois de sua primeira parte
INÁCIO ARAUJO CRÍTICO DA FOLHAO nosso mundo é, mais que atravessado, constituído por imagens. Se essas imagens tendem ao caos da TV, da internet, dos celulares e câmeras de segurança, este é o nosso mundo: é com ele que Godard trabalha. E a imagem é seu instrumento.
Daí "Filme Socialismo" (Max, 22h, 14 anos) ser um gesto permanente de experimentação. No início: um cruzeiro pelo Mediterrâneo. Tudo é turismo e insignificância. Mas tudo é, também, instabilidade. É a Europa navegando em águas turvas e imagens inconstantes.
Essa é a primeira parte, notável, do filme. Passando do macro ao micro, do navio a um posto de gasolina na França, o interesse cai. Recupera-se, porém, na brilhante colagem do final: ali está o século do cinema.