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Outro lado
Para advogados, filha e neta têm posse de obras
DO CRÍTICO DA FOLHASegundo o advogado Orlando Maluf Haddad, que representa Eugênia Maria Volpi Pinto, filha de Volpi, a pintura localizada pela Justiça na casa de Patrícia Volpi Penteado, neta do artista, pertence a ela e não poderia ter sido confiscada. Segundo ele, "foi um presente do avô quando ela tinha oito anos".
O advogado admite, no entanto, que Patrícia não declarava a posse da tela em seu imposto de renda.
Quanto às 25 obras que teriam sido furtadas da casa dos sogros de Patrícia, elas pertenceriam todas a Eugênia, sua mãe, segundo outra advogada que a representa, Claudia Rinaldo.
"Todas as obras do Volpi que ficaram em sua casa após a morte foram deixadas para a Eugênia. Isso ela tem documentado e tem como comprovar", afirma Rinaldo. Ainda segundo ela, houve partilha de imóveis entre os herdeiros.
No testamento público de Alfredo Volpi, no entanto, consta que "os quadros e objetos de arte a que não tenha dado destinação específica em vida e que ainda restarem quando de sua morte comporão o monte-mor".
Monte-mor é o valor bruto de uma herança.
Rinaldo afirma não ter "autorização para apresentar o documento que comprova a posse de Eugênia porque o inventário corre em sigilo".
Segundo o inventariante nomeado pela Justiça, Guilherme Sant'Anna, o processo não está sob segredo de Justiça e o documento que comprovaria a posse de Eugênia das obras não foi apresentado em juízo.
Volpi teve outros dois filhos, além de Eugênia e Djanira: Alfredo Charles Volpi, já morto, e Paulo Roberto Volpi, que está desaparecido. Segundo o advogado de Djanira, Sidney Maccariello, "Charles nunca recebeu nada e morreu na miséria".
Procurada pela Folha, Mônica Volpi, com quem foram encontradas as obras mais valiosas, disse: "Apenas moro na casa e não quero falar sobre o assunto".