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Crítica Musical

Com grandes interpretações e canções, filme é longo demais

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

Poucos gêneros cinematográficos esbarram tanto nas idiossincrasias de críticos e espectadores quanto o musical clássico -e, mais especificamente, as adaptações de blockbusters da Broadway para o cinema.

Tomemos o caso da vez: "Os Miseráveis". Para quem fica arrepiado só de pensar em personagens que soltam a voz sem motivo aparente, as quase três horas de cantoria ininterrupta e, em geral, lacrimosa do filme serão uma sessão de tortura.

Essa parcela do público sentirá uma estranha empatia com os sofrimentos de Jean Valjean (Hugh Jackman) - que já na primeira cena precisa carregar um enorme mastro sozinho- e Fantine (Anne Hathaway) -que tem os dentes arrancados sem anestesia.

Mas, para aqueles que têm Times Square como uma meca, "Os Miseráveis" é tudo que pediram ao Alá dos musicais: grandes interpretações, grandiosas canções, grandiloquentes cenários.

A esses, a ideia de que a máxima miséria deve ser retratada com a máxima opulência jamais parecerá contraditória, personagens que precisam solfejar cada nuance de seus sentimentos nunca serão excessivos.

Para quem gosta de um Fred Astaire aqui, um Gene Kelly acolá, mas tem alergia a qualquer tipo de pompa -como este crítico-, "Os Miseráveis" será simplesmente um filme longo, muito longo.


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