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Ícone renegado do novo folk, Andrew Bird revê a carreira

Em turnê que vai além de divulgar CDs 'Hands of Glory' e 'Break it Yourself', cantor vem ao país pela primeira vez

Avesso a movimentos, americano toca seus dois discos lançados em 2012 e sucessos antigos no sábado, no Cine Joia

RAFAEL GREGORIO DE SÃO PAULO

"As pessoas falam em uma renascença do folk porque condensar frases facilita a comunicação. Mas a nós, artistas, não nos ajuda em nada."

Aos 39 anos, Andrew Bird não concorda com quem o alça a ícone do novo folk -também dito folk psicodélico, o rótulo cerca atrações tão variadas quanto Devendra Banhart e Edward Sharpe.

"Minha música é só o que faço da vida, nunca fui parte de movimentos", diz, ao telefone. "No mais, o novo folk já veio e já foi e eu estou aí."

Com dez discos desde 1996, lançou dois no ano passado. "'Break it Yourself' tem canções que levei anos para escrever. Tocá-lo ao vivo nos inspirou a levar mais longe a crueza em 'Hands of Glory'."

Inspirados por atmosferas acústicas e "coisas velhas do gospel", os álbuns têm joias tranquilas como "Three White Horses" e "Give it Away". Mas não serão protagonistas no sábado (23), no Cine Joia, em iniciativa do festival Popload Gig e do site de financiamento coletivo SongKick.

"Estou em clima de retrospectiva. Não vejo mais sentido em promover novos discos", decreta. Nos shows no Brasil (toca no Rio amanhã e em Florianópolis na sexta), os fãs vão ouvir hits antigos, como "Imitosis".

Bird faz música fácil de ouvir, mas difícil de legendar. Sua mescla minimalista abriga heranças da formação sinfônica na Northwestern University, traços do cancioneiro brejeiro e, não raro, ares de jazz, indie rock e country.

Essencialmente cantor e violinista, ele é notório pelo assovio límpido e pela manipulação eletrônica ao vivo.

Enquanto alterna violino, violão e instrumentos como ukulelê e metalofone, Bird mantém os pés ocupados com pedais gravadores. Neles, registra improvisos que depois servem de base para outros, em sobreposição de camadas.

Bird gosta de refletir sobre o fazer musical. Ele manteve diários no blog "Measure for Measure", do jornal "The New York Times", enquanto gravava "Noble Beast", de 2009.

Para ele, música e letras estão em desigualdade. "Melodias vêm e vão. Palavras requerem mais paciência."

E quando dá as caras, o que traz a inspiração? "Histórias que nos digam algo sobre aquilo de que somos feitos."


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