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"Édipo Rei" ganha encenação concisa

Espetáculo tem no elenco Eliane Giardini e integrantes da Cia. dos Atores, do Rio, e do paulistano Grupo Tapa

Adaptação elimina texto do coro; público 'assume papel de cidadão de Tebas', diz diretor da montagem

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

Dos muitos contornos que o diretor Eduardo Wotzik vê na tragédia "Édipo Rei", de Sófocles, a montagem assinada por ele -com estreia hoje no Sesc Belenzinho- preserva um em especial: a concisão de seus diálogos.

Ao investigar a potência sintética da peça, sua adaptação e tradução, assinada em parceria com Fernanda Schnoor, determinam principalmente uma empenhada tentativa de aproximação com o público, diz Wotzik. Resultado: não há hermetismo em cena, ainda que o coloquialismo evite reduções.

O principal corte de Wotzik recai sobre o texto que, no original, compete ao coro.

Para o diretor, a ambientação proposta pela montagem, no centro de uma arena, e a proposição ritualística que antecede o início do espetáculo deslocam o público a este papel. "O espectador assiste à encenação como se fosse ele próprio um cidadão de Tebas [Grécia]. É o suficiente. O texto do coro não acrescenta nada à história", avalia.
O ritual ganha corpo ao som de tambores. Figurinos remetem a elementos de época, mas não os reconstituem.

No papel do rei que tenta escapar de seus destino de matar o pai e desposar a mãe, está Gustavo Gasparani, cuja experiência no teatro passa pela fundação da Cia. dos Atores, do Rio, e por montagens de diversos gêneros.

Quem interpreta a rainha Jocasta, mãe de Édipo, é a atriz Eliane Giardini, que assumiu o trabalho logo após deixar a novela das 21h da Globo "Avenida Brasil".

Quando iniciou a primeira temporada da peça, no ano passado, no Rio, a atriz estava afastada dos palcos havia cinco anos.

O elenco reúne ainda outros veteranos egressos de companhias conhecidas, entre eles César Augusto (que vem da Cia. dos Atores) e Fabianna de Mello e Souza (do grupo Tapa, de onde também vem o diretor).

Wotzik formou-se em psicologia em 1982, e foi na graduação que o encenador aproximou-se pela primeira vez da obra de Sófocles. "Minha monografia foi sobre 'Édipo Rei'", conta.

INSEGURANÇA

A vontade de montar a peça vem desde sua experiência acadêmica, mas o diretor debruçou-se mesmo sobre a possibilidade de encenar "Édipo Rei" a partir de 2007.
"Tudo o que faço precisa de um tempo de maturação. Sou um diretor inseguro e cheio de medos", assume.

Ele lembra que a história de Édipo é uma das principais bases da psicanálise. "Freud pensou toda a sua obra a partir de uma frase desta peça", conta Wotzik.

Na tradução em jogo, essa sentença, que Jocasta dirige a Édipo, ficou assim: "Não tenhas medo, antes mesmo de ti, muitos homens, em sonho, imaginaram dividir a cama com a própria mãe".

ÉDIPO REI
QUANDO sex. e sáb., às 21h30; dom., 18h30
ONDE Sesc Belenzinho (r. Padre Adelino, 1.000, tel. 0/xx/11/2076-9700)
QUANTO R$ 24
CLASSIFICAÇÃO 18 anos


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