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Impressionado com a obra, crítico escreveu carta ao autor

DO ENVIADO ESPECIAL A ARCEBURGO (MG)

O professor de teoria literária Luiz Costa Lima recebe de três a cinco livros por semana. São enviados pelas editoras ou pelos próprios autores, em busca da aprovação do rigoroso crítico.

Em geral, ele diz, não merecem leitura. "Pra você ter uma ideia, dos novos romances que recebo, a cada dois anos descubro um que realmente mereça ser lido."

Em novembro do ano passado, "As Visitas que Hoje Estamos" era só mais um livro na pilha de Costa Lima. Num momento de tempo livre, escolheu-o ao acaso. Não fazia ideia de quem era o autor nem de que tratava o livro.

Com poucas páginas de leitura percebeu que o romance de Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira estava no time dos que descobria a cada dois anos. Antes mesmo de terminá-lo, resolveu mandar uma carta para Arceburgo, que também desconhecia.

"Comecei a lê-lo há poucos dias. E minha surpresa positiva se instalou de imediato e não me abandonou, até agora, quando já estou além de sua metade", escreveu a Ferreira, em dezembro.

Pouco depois, Costa Lima escreveu a crítica publicada no "Valor Econômico". "É um livro de fôlego. O trabalho que ele faz com a oralidade lembra, guardada as devidas proporções, Samuel Beckett."

Costa Lima, contudo, aponta restrições. Avalia que a falta quase completa de enredo prejudica o livro, e que o ritmo da narrativa poderia ser melhor trabalhado.

"De toda forma, é um resultado muito bom. É uma promessa da literatura."

Frederico Barbosa, poeta e diretor da Casa das Rosas, teve reação parecida. "Fiquei muito impressionado com a mistura que ele faz entre romance, poesia e teatro. É muito original e forte."

José Antônio Pasta, professor de literatura da USP e autor da orelha do livro, argumenta que Ferreira não é um imitador de Guimarães Rosa, como talvez possa parecer à primeira vista.

"Eles dão voz às pessoas do interior, mas de forma diferente. O Rosa busca a origem, o aspecto arcaico da palavra. Já Ferreira foca a interação moderna entre a voz rural e a voz culta."


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