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Crítica moda

Grifes revisitam os anos 1990 em desfiles da Semana de Paris

Vivienne Westwood, Comme des Garçons, Givenchy, Céline e Stella McCartney reinterpretaram década

Pode tirar suas botas e sapatos Dr. Martens do armário sem medo de errar. Além de terem virado um clássico, revisitado por várias grifes em Paris, vão cair muito bem com as roupas do próximo inverno

VIVIAN WHITEMAN ENVIADA ESPECIAL A PARIS

Espelho, espelho meu, quem será mais anos 1990 do que eu? A grande década da explosão da moda como comportamento e espetáculo chegou chegando à semana de moda de Paris.

O interessante é que esse revival criou nas passarelas um embate entre as grifes que estão revisando aquela década e as marcas que de certa forma jamais saíram de lá.

Um olhar atento perceberá a unidade e, acima dela, as diferenças gritantes de abordagem, entre os desfiles de

Vivienne Westwood, Comme des Garçons, Givenchy, Céline e Stella McCartney. Loucura? Claro que não. Para entender as regras da moda, basta seguir a trilha das roupas.

Vivienne começou com os punks, mas teve seu auge nos anos 1990. Os clubbers eram alucinados por ela, e ela por eles.

Infelizmente, nesta última e, na verdade, em suas últimas coleções, a estilista não conseguiu reinventar esse olhar sobre a noite, sobre as tribos (palavra datada, aliás) e sobre as esquisitices do estilo. Ficou isolada, de mãos dadas com Helena Bonham-Carter, amiga fiel que ainda encara suas criações.

Suas maluquices -o flerte com o cafona, com o punk, com o bizarro- são feitas de maneira bem mais moderna hoje, por exemplo, por Riccardo Tisci, da Givenchy.

O desfile da marca deixa o mesmo gosto de quase-feio que Vivienne sempre cultivou, mas tem um apelo atual e conversa diretamente com os simpatizantes dessa estética.

LOOKS LEVES

Rei Kawakubo, da Comme des Garçons, é outra que "bombou", para usar outro termo meio de época, dos 1980 até o fim dos 1990. Depois, como toda a sua geração, passou a viver um pouco à margem do picadeiro central dos grandes negócios de moda.

A Comme des Garçons, porém, tem mostrado sinais de renovação. A prova é o desfile que mostrou nesta semana.

Sim, as experiências extremas de modelagem e o japonismo continuam sendo o foco. Mas há algo de mais leve, e alguns looks mostram tentativas de conversar com a consumidora moderna, essa mulher que se apavora e é capaz de queimar qualquer peça que possa ampliar sua silhueta para os lados.

Porém, essa consumidora, que curte os 1990 e alguma loucurinha, preferirá a coleção da Céline e seu minimal com toques japonistas e pequenas ousadias -como as mangas amarradas na frente de um casaco chiquérrimo. Uma Kawakubo descafeinada, cortada sob medida para as moças "estômago-frágil".

A coleção de Stella tem os calçados pesadões dos 1990 revisitados, a risca de giz que Vivienne tanto usou, o xadrez em silhuetas amplas, jaquetinhas clubber, casacões japonistas.

Um mix de tudo o que as antigas musas noventistas da moda fizeram tantas vezes. E, ainda assim, a roupa é absolutamente contemporânea. Há peças para agradar de uma dasluzete às neoclubbers mais finas da Augusta.

Uma coisa é certa: pode tirar suas botas e sapatos Dr. Martens (espécie de calçado oficial dos anos 1990) do armário sem medo de errar. Além de terem virado um clássico, revisitado por várias grifes em Paris, vão cair muito bem com as roupas do próximo inverno.


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