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Crítica Drama

Modesto e sutil, filme "O Quarteto" deixa seus atores brilharem

Estreia na direção de Dustin Hoffman conta história de quatro músicos aposentados que tentam salvar asilo

SÉRGIO ALPENDRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Dustin Hoffman, um dos atores de rosto comum promovidos a astros pela Hollywood dos anos 1960, estreia na direção com "O Quarteto", produção inglesa sobre uma casa de repouso para músicos idosos.

E estreia de maneira digna, respeitando o tempo e a entonação dos atores e permitindo que cada um deles brilhe à sua maneira.

Brilha especialmente o quarteto que dá nome ao filme: Tom Courtenay, Maggie Smith, Billy Connolly e Pauline Collins vivem os quatro ex-cantores de ópera que representam "Rigoletto", de Verdi, para levantar fundos necessários à manutenção da casa.

Courtenay está impressionante como o grande tenor

Reginald Paget, e a relação entre ele e a ex-diva vivida por Smith é responsável pelos momentos mais tocantes do filme.

A direção de Hoffman é segura, livre de afetações. Na história, não há chantagens emocionais ou truques de roteiro que paparicam o espectador.

Há somente um respeito profundo pelo envelhecimento, pelas inseguranças e deficiências de cada um, além de um salutar respeito pela música (nesse sentido é o contrário de "Intocáveis", no qual a música erudita simboliza o decadentismo europeu).

A decadência mostrada por Hoffman é a do corpo, tem a ver com a inevitável proximidade da morte e com a impermanência das coisas (a cena em que um dos internos sai de maca para o hospital é bem aflitiva). Por isso nos toca profundamente.

Nós, que perdemos pessoas queridas, que vislumbramos constantemente o fim de uma vida e que sabemos o valor da vivência e da sabedoria adquirida com o tempo.

"O Quarteto" é modesto e sutil, um pedaço de vida representado por grandes atores.


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