Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrissima

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Diário de Londres

o mapa da cultura

Memórias do subsolo inglês

Metrô fantasma em alta e recado do além de Diana

BERNARDO MELLO FRANCO

Os subterrâneos de Londres escondem mais do que terra, tubos, fios e vestígios da ocupação romana no século 1º d.C. A cidade também caminha sobre uma rede fantasma de metrô, com quase quatro dezenas de estações abandonadas ao longo do tempo. Algumas delas ainda preservam o prédio original no nível da rua, com a típica fachada de cerâmica vermelha do período eduardiano.

Uma das mais intactas é a de Aldwych, no centro. Foi inaugurada em 1907, quando os passageiros circulavam de cartola e pincenê. Pertenceu a um rabicho desativado da linha Piccadilly e serviu de esconderijo para obras de arte durante os bombardeios alemães da Segunda Guerra. Meio século depois, em 1994, foi aposentada devido à baixa demanda de tráfego.

Desde que fechou as portas, a estação virou cenário para filmes como "V de Vingança" (2005) e "Desejo e Reparação" (2007). A partir do próximo dia 7, vai virar atração turística: seus túneis poderão ser percorridos em visitas organizadas pelo Museu do Transporte de Londres.

Os passeios fazem parte da comemoração dos 150 anos do metrô londrino, o mais antigo do mundo. Quem não estiver na capital britânica, mas quiser conhecer seu submundo pode assistir ao documentário "The Secret Station" (www.youtube.com/watch?v=6xSzU0oM4mM).

LIQUIDAÇÃO

As estações abandonadas do "tube" também entraram na mira da especulação imobiliária, um assunto tão frequente em Londres como o preço dos aluguéis no Rio de Janeiro. A bola da vez é Brompton Road, riscada do mapa da linha Piccadilly em 1934.

A velha estação fica numa das áreas mais valorizadas da capital britânica, entre South Kensington e Knightsbridge. Também preserva a fachada original e, do lado de dentro, os azulejos coloridos do arquiteto Leslie Green.

O imóvel pertence ao Ministério da Defesa e foi um dos bunkers do sistema de artilharia antiaérea durante a "blitzkrieg". O leilão terá lance mínimo de £ 20 milhões, cerca de R$ 70 milhões.

Ali perto, em Mayfair, a antiga parada Down Street ainda não desperta o mesmo interesse. Usada como bunker por Winston Churchill, hoje dá lugar a um mercadinho simples, que vende sorvetes e enlatados.

FIASCO REAL

Fazia tempo que um filme não era tão malhado nessas ilhas. Lançado com uma ampla campanha de propaganda, "Diana" despencou nas bilheterias e virou o fiasco do ano no Reino Unido. Em um mês, conseguiu se tornar mais impopular que a rival da princesa na vida real, Camilla Parker-Bowles.

Não é que a cinebiografia tome as dores do palácio e transforme a Lady Di (1961-97) em vilã. O que afugentou o público foi retratá-la como uma solteirona banal em seus dois últimos anos --uma espécie de Bridget Jones com título da realeza, na definição do "Daily Telegraph".

O constrangimento começou antes da estreia, quando a atriz Naomi Watts sugeriu ter recebido o aval da princesa, diretamente do além, para interpretá-la. O diálogo sobrenatural caberia no tosco roteiro do filme, em que Di vive um romance de folhetim com um médico paquistanês.

"A triste verdade é que, 16 anos depois, Diana sofreu mais uma morte terrível", fuzilou Peter Bradshaw, do "Guardian". Recentemente, o diretor do filme, Oliver Hirschbiegel, se disse arrasado com as críticas negativas. Nas ruas de Londres, Watts continua a sorrir vestida de Diana em anúncios nos ônibus de dois andares.

LICENÇA PARA MATAR

"Não é só sexo casual. Parece, na minha opinião, que ele deseja um relacionamento de verdade." O autor da frase é William Boyd, o novo escritor da série 007. "Ele" é James Bond, o agente secreto a serviço de Sua Majestade.

A revelação assustou aspirantes a bondgirl no lançamento do romance "Solo". Para tranquilizar as leitoras, Boyd deixou claro que o espião conserva outros "maus hábitos", como a bebida e o cigarro.

O livro começa com um café da manhã solitário no hotel Dorchester, com vista para o Hyde Park. Para imitar o ex-mulherengo, é preciso encarar quatro ovos mexidos e apimentados, meia dúzia de fatias de bacon tostado e um café forte.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página