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Ciberarquiteto

Designer contador de histórias

Peças ganham peso simbólico, mais do que funcional, e transitam entre arte, ciência e design

Os produtos de design que mais têm me interessado são aqueles que, além da estética, nos fazem pensar e se propõem a contar uma história.

Já abordei a questão aqui, quando falei sobre a estética do reúso, em ascensão no Brasil. É uma proposta na contramão da lógica do capitalismo, que estimula o consumo desenfreado pelo novo.

E também quando tratei sobre sustentabilidade afetiva, um conceito chave para se entender o futuro do design sustentável. Nesse caso, a ideia é que, ao estabelecer uma relação de afeto entre homem e objeto, criamos a possibilidade de alongar o ciclo de vida do produto, como num vaso herdado, que lembra uma história da infância.

Hoje, falo de um movimento que tem suas origens na Holanda, na escola de Design de Eindhoven, e que atualmente influencia profissionais de diferentes países.

São objetos que incorporam fábulas, histórias, arquétipos e rituais e que nos fazem refletir sobre algo muito além do objeto em si. Eles podem nos narrar histórias, muitas vezes fantásticas.

Tal como nas luminárias que evocam florestas surreais produzidas em corte a laser por Tord Boontje. Ou no vaso "favo de mel", que é esculpido em cera pelas próprias abelhas no trabalho do eslovaco Tomás Gabzdil Libertiny.

Richard Hutten cria móveis feitos a partir de livros descartados. Os britânicos Dunne & Raby, com o designer Michael Anastassiades, produziram, em 2003, uma série de bonecos e pufes de pelúcia na forma de cogumelos gerados em explosões nucleares. As peças permitiram, literalmente, abraçarmos um dos maiores horrores da humanidade.

Hella Joungerious é um dos nomes por trás do "story telling design", trabalhando com artesãos e fazendo leituras, muitas vezes irônicas, sobre sua própria cultura holandesa.

A função dessa linha é evocativa e simbólica, mais do que meramente funcional, e transita no limite tênue entre arte, ciência e design.

Muitos desses objetos são produzidos em pequenas quantidades, com tiragem limitada e apresentadas em galerias como obras de arte, ao contrário da produção em série das fábricas, vendidas em lojas como mera mercadoria.


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