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Repleto de compradores do Brasil, mercado de Miami perde fôlego
Com vendas em queda, analistas se preocupam com superoferta
Guindastes de construção ocuparam a costa. Incorporadoras lutam para atrair compradores internacionais ricos. Mas existem sinais de que o boom de imóveis de luxo em Miami começa a perder o fôlego --e que os preços podem passar a cair.
Desde a metade de 2011, cerca de 175 torres, com mais de 27 mil unidades habitacionais, foram feitas em Miami.
A Flórida liderou os Estados Unidos em número de compradores estrangeiros de imóveis, no primeiro trimestre deste ano, atraindo 23% dos US$ 92,2 bilhões angariados com as vendas nacionais de imóveis para essa categoria de compradores.
No centro de Miami, 90% das vendas são internacionais. Entre os imóveis de mais de US$ 500 mil, brasileiros são os principais compradores.
Além deles, a elite de países como Argentina, Itália, França e Venezuela encontra na cidade segurança, clima bom e, ao menos até pouco tempo atrás, preços significativamente mais baixos que o de outras capitais mundiais.
Mas o excesso de investimento, a desaceleração nas vendas de apartamentos e os planos para construir milhares de novas unidades se combinaram para despertar a preocupação dos analistas.
"Com tanta gente oferecendo imóveis de locação, com tantos proprietários estrangeiros e como tantos novos edifícios continuam a ser construídos, é provável que o valor dos aluguéis venha a cair, e isso poderia levar alguns investidores a tirar seu dinheiro da mesa", diz o analista imobiliário Peter Zalewski, da CondoVultures. "Esse efeito poderia deflagrar uma onda de vendas".
As vendas de apartamentos existentes caíram em 3,8%, para 1.443 em junho, ante junho de 2013, e contra maio mostravam queda de 3,1%, segundo a Associação de Imobiliárias de Miami.