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'Treme-treme' marca auge e declínio da área

O edifício 14 Bis, conhecido popularmente como "treme-treme", completará 60 anos de construção no próximo ano e seguirá como um ponto histórico na rua Paim.

O apelido foi dado por causa do balanço da estrutura com o vento e por causa da má fama do prédio, que fazia qualquer um "tremer".

Projeto modernista do arquiteto Aron Kogan (o mesmo que desenhou outros "treme-tremes", como o São Vito e o Mercúrio), ele faz parte do complexo Santos Dumont, que integra ainda os edifícios Demoiselle e Caravelle.

A construção abrigou, ainda na década de 50, a classe média alta e boêmia de São Paulo.

"Por motivos diversos, estas pessoas se afastaram do centro e foram morar em outras regiões, como na zona sul", conta o urbanista Guilherme Wisnik.

O prédio começou a se deteriorar com a chegada de traficantes e prostitutas aos apartamentos, levando o 14 Bis e a Paim a ficarem estigmatizados.

Com 499 apartamentos, o "treme-treme" abriga atualmente mais de 1.600 pessoas.

Os moradores dizem que, até recentemente, o tráfico de drogas acontecia livremente na porta dos edifícios.

Os novos empreendimentos trouxeram, além da vigilância das portarias, mais policiamento. E os altos valores dos lançamentos puxaram a valorização dos apartamentos do próprio conjunto do 14 Bis.

"Antigamente, os moradores transferiam a chave [quando não há venda oficial] por R$ 5.000. Hoje não se acha apartamento no prédio por menos de R$ 150 mil. E ainda assim, quase não tem gente vendendo", conta Marcos de Souza, gerente de um restaurante localizado em frente ao 14 Bis.

Ele também foi morador do edifício e conta que se mudou, neste ano, para um prédio em uma rua próxima em busca de sossego.

Já o vigia de um galpão na rua Paim afirma que teve que se mudar do prédio Demoiselle por causa do preço do aluguel.

Ele diz que, há cinco anos, quando chegou à Paim, a locação e o condomínio custavam em torno de R$ 300.

Neste ano, ele viu o custo triplicar e transferiu-se para um imóvel na zona leste de São Paulo.


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