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Corte nas tarifas dá à Eletrobras prejuízo recorde de R$ 6,8 bilhões

Sem redução imposta pelo governo, empresa teria registrado lucro de R$ 5,9 bilhões em 2012

Apesar do resultado, ações sobem 16,2%, sob impacto de plano de reestruturação que deve cortar custos

DIMMI AMORA DE BRASÍLIA

As mudanças nas regras do setor elétrico implantadas no ano passado pelo governo Dilma Rousseff levaram a Eletrobras a registrar em 2012 prejuízo de R$ 6,8 bilhões, o maior desde que a companhia foi criada, em 1950.

O anúncio foi feito ontem pelo presidente da empresa, José da Costa Carvalho Neto.

Entre outubro e dezembro de 2012, a elétrica teve perda de R$ 10,5 bilhões, maior prejuízo trimestral nominal (sem ajustar pela inflação) de uma empresa de capital aberto no país desde 1996, segundo levantamento da Economática.

O prejuízo decorreu exclusivamente dos efeitos da MP do setor elétrico, que obrigou as companhias a reduzir suas tarifas para antecipar a renovação das concessões.

Sem isso, a empresa teria um lucro de R$ 5,9 bilhões.

"Nós limpamos tudo e chegamos ao fim do poço. Agora só tem coisa para melhorar", afirmou Neto.

Apesar do mau resultado, as ações da Eletrobras subiram ontem 16,2%, sob impacto de um plano de reestruturação, que deve cortar custos e melhorar o desempenho.

Para não repetir prejuízo em 2013, ano em que deve perder R$ 8,7 bilhões em receitas, a companhia abriu um plano de demissão voluntária para reduzir 20% de seus 27 mil trabalhadores.

Também anunciou redução de 30% nas despesas operacionais -que, segundo Neto, não afetará a manutenção das usinas e linhas de transmissão- e quer zerar os prejuízos operacionais das seis distribuidoras de energia, que abastecem consumidores no Norte e Nordeste. "Até 2015, elas vão ter que dar lucro", afirmou Neto.

INVESTIMENTOS

Todo o esforço de enxugamento da companhia, contudo, não será suficiente para que ela tenha caixa para realizar seu plano de investimentos até 2017, estimado em R$ 52 bilhões. A Eletrobras terá de obter recursos de R$ 19 bilhões, o que poderá incluir dinheiro público.

Como a companhia ficou com índice de endividamento alto, empréstimos convencionais estão descartados por enquanto, de acordo com o diretor financeiro, Armando de Araújo.

Uma solução é vender ativos da empresa, principalmente participações em usinas e linhas de transmissão.

Outra é a capitalização, o que envolveria recursos públicos, já que o governo tem 67% das ações.

A terceira opção é obter empréstimos em bancos públicos, garantidos pelo Tesouro. Em 2013, será necessário captar R$ 3 bilhões em bancos públicos, diz Araújo.


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