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Inflação fica acima de 5% até 2014, diz BC

Na avaliação da instituição, trazer o índice para perto do centro da meta oficial (4,5%) neste ano é cenário 'irrealista'

Para mercado, relatório manteve o tom da mais recente ata do Copom, e deve haver cautela nas apostas em alta de juros

RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff terá de lidar com uma inflação acima de 5% até o fim de seu mandato, em 2014, segundo projeções do Banco Central anunciadas ontem.

Na avaliação da instituição, trazer o índice para perto do centro da meta oficial neste ano, de 4,5%, tornou-se um cenário "irrealista".

Em seu relatório trimestral de inflação, o BC elevou todas as projeções para o índice de preços. E rebaixou a estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no ano, de 3,3% para 3,1%.

Segundo a autoridade monetária, a inflação em 2013 deve chegar a 5,7%, ante a taxa de 4,8% prevista em dezembro -o aumento da estimativa, de 0,9 ponto percentual, foi o maior já feito pela atual diretoria do BC de um relatório para outro.

A expectativa, agora, é que o IPCA ultrapasse o teto da meta no segundo trimestre, quando atinge 6,7%. No ano que vem, a estimativa é de inflação de 5,3%. Já em 2015, o índice deve ficar em 5,4% no primeiro trimestre.

O relatório do BC veio um dia após polêmica fala da presidente Dilma Rousseff sobre inflação durante encontro dos Brics na África do Sul.

Dilma afirmou que não concorda com políticas que reduzem o crescimento para combater a inflação e fez o mercado reduzir apostas em uma alta futura dos juros.

REMÉDIO AMARGO

A pressão inflacionária, segundo o BC, vem principalmente do aumento nos preços dos alimentos. O mercado de trabalho aquecido também é um fator de risco, pois pode levar à alta nos salários.

As previsões do banco consideram o "cenário de referência". Ele pressupõe o câmbio constante em R$ 1,95 e taxa básica de juros (Selic) congelada em 7,25% ao ano.

O BC divulga ainda uma segunda estimativa, com o "cenário de mercado", em que incorpora estimativas das instituições financeiras para Selic e câmbio: a inflação também supera a casa dos 5% até o primeiro trimestre de 2015.

O BC evitou dar diretrizes sobre o que será feito para conter a pressão inflacionária. O diretor de política econômica, Carlos Hamilton Araújo, afirmou apenas que a alta dos juros "é o pior remédio, excluindo os demais".

Ele não quis elencar quais outros instrumentos o banco poderia usar para combater a alta dos preços.

Hamilton admitiu, contudo, que o BC se preocupa "talvez ainda mais" com a inflação neste momento, diante da resistência que o índice vem apresentando. Para o diretor, as desonerações tributárias promovidas pelo governo federal têm impacto "limitado" no controle da inflação.

Apesar de o cenário geral apontado pelo BC ser desanimador, o banco afirmou que há sinais de moderação no mercado de trabalho e no preço dos imóveis.

Na avaliação do mercado, o relatório manteve o tom da mais recente ata do Copom, e a reação deve ser de cautela na aposta para a alta de juros.


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