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Governo analisa recuperação de créditos
DE SÃO PAULOO Ministério da Fazenda diz que já começou a discutir uma saída para que a indústria do leite possa recuperar os créditos de PIS e Cofins.
A Folha apurou que as conversas em curso são resultado da pressão da Nestlé e da Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos). Consultadas, elas negam.
Embora os mais afetados sejam as empresas com menor participação no mercado, o problema dos créditos contingenciados também afeta os líderes, como a Nestlé.
A legislação permite que esses fabricantes usem parte dos créditos de PIS e Cofins gerados pelo leite para quitar o imposto devido na produção de outras mercadorias.
Grandes companhias conseguem fazer essa compensação porque possuem um portfólio variado, com produtos fora do setor lácteo -como é o caso da Nestlé.
Como só produzem leite, LBR e outras não conseguem fazer essa manobra e são as mais prejudicadas.
MENOS ESPAÇO
Ao mesmo tempo, as grandes fabricantes diminuem o peso do leite no seu negócio. A BRF, dona das marcas Batavo e Elegê, pretende reduzir para 34% a participação do leite UHT (caixinha) na receita da divisão de lácteos neste ano. Em 2009, esse percentual era de 47%.
Segundo Luciane Matiello, diretora do segmento de lácteos da BRF, a empresa não abandonará o mercado de UHT, que abre a porta da casa do consumidor para outros itens de maior valor agregado, como queijos e iogurtes.
Na Vigor, o leite UHT caiu 23% em volume no ano passado. A produção do leite se tornou um negócio tão complicado que, no balanço da empresa, o resultado financeiro é apresentado com e sem esse segmento. (JW E TF)
