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Análise

Dependente do minério de ferro, indústria da mineração segue à espera de bons ventos

EDUARDO MARTINS ESPECIAL PARA A FOLHA

O Brasil é considerado uma potência em mineração, e o setor é um dos mais relevantes na economia do país.

Para ter uma ideia do peso dessa indústria, de acordo com o Plano Nacional de Mineração, os investimentos previstos em pesquisa mineral, mineração e transformação mineral totalizarão US$ 270 bilhões até 2030, além de mais 30% sobre esse valor em infraestrutura e logística.

Apesar das boas perspectivas, um detalhe tem gerado preocupação para a indústria nos últimos meses: a dependência do Brasil com relação ao preço do minério de ferro, seu principal produto.

A redução do apetite chinês por essa commodity causou um impacto negativo nas companhias brasileiras de mineração, o que deixou investidores apreensivos, criando um ambiente de incertezas.

Essas questões tendem a acertar em cheio as empresas menores, que vão sentir mais os efeitos da queda dos preços.

Por outro lado, criam um cenário favorável para as vendas de ativos, que podem ser constatadas pelo aumento gradual do número de fusões e aquisições no segmento.

Em 2009, foram anotadas apenas 9 operações, enquanto no ano passado foram 23. Números que demonstram que a indústria de mineração ainda gera boas oportunidades e que seu crescimento não está próximo do fim.

Tudo indica que vai haver uma expansão moderada da demanda global por minérios e metais, o que deve levar muitas empresas a repensar os seus planos de negócio, realocar capitais e reduzir custos, além de ser necessário desenvolver a habilidade de negociar com os clientes em um cenário de preços voláteis.

Para manter-se competitiva, a indústria ainda precisa enfrentar alguns gargalos do mercado interno que norteiam o futuro do setor no Brasil e estão em discussão.

Alguns desses desafios são a carência de mão de obra especializada, a demora na entrega de equipamentos, a questão da logística e a relação com a cadeia produtiva.

Porém, atualmente, um dos pontos mais preocupantes é a definição de um marco regulatório a partir da implantação do Código de Mineração.

Inclusos nessa discussão estão fatores como a mudança na cobrança de royalties sobre a exploração de minérios, a concessão de licenciamentos ambientais e a criação de uma agência reguladora para o segmento.

A implementação do novo código, desde que concluída brevemente, pode ser considerada um avanço e terá como foco tornar o processo e a gestão mais eficientes e atraentes aos investidores.

Enquanto isso, a indústria de mineração segue à espera de definições, um pouco à deriva e reagindo sem grande planejamento às exigências do mercado.

EDUARDO MARTINS é líder do setor de mineração da KPMG no Brasil.


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