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Mercado

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Cenário ruim para commodities derruba preços

O cenário agrícola é movido por uma tempestade de más notícias no momento. Em vista disso, o mercado tem "uma safrinha de preços nos últimos dias".

A avaliação é de Fernando Muraro, da AgRural, de Curitiba. O analista vê na série de notícias desfavoráveis ao mercado neste momento o motivo da queda acentuada nos preços das commodities, que estão nos menores patamares em dez meses.

O mercado já vinha com uma reação negativa nos preços devido aos números da área de plantio nos Estados Unidos nesta safra 2013/14.

Ainda não há uma definição de área, mas estimam-se números recordes. Área elevada é sinal de preços baixos.

O cenário se complicou ainda mais há uma semana, quando o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) avaliou para cima os estoques de soja e de milho.

A reação do mercado foi imediata, com forte queda nos preços de milho e de soja em Chicago. A queda respingou em outros produtos.

Muraro diz que o comportamento do mercado financeiro também não está favorável às commodities agrícolas, devido à alta do dólar.

A moeda norte-americana subiu para o maior valor desde junho do ano passado. Dólar alto encarece as commodities e dificulta a comercialização.

Não bastassem esses fatores, o setor sente os reflexos da reaparição da gripe aviária na China, grande participante do mercado internacional de commodities.

Uma retração do consumo de proteínas na China preocupa porque é para lá que vai grande parte da soja produzida no mundo.

A queda externa dos preços afeta os valores de negociações internas. O casamento da alta de custos dos produtores, devido às dificuldades de logística, com a redução de preços externos já começa a pôr em risco a renda dos produtores brasileiros nas fronteiras agrícolas.

Em regiões como o norte de Mato Grosso, os produtores estão no limite entre custos e receitas.

Mas nem tudo é notícia ruim para o produtor brasileiro. O clima não está muito favorável ao plantio da safra 2013/14 nos EUA. "Abril está com cara de janeiro. Muito frio", diz Muraro. Com isso, o plantio vai atrasar e a produtividade poderá cair.

Preços O primeiro contrato de milho do mercado futuro recuou para US$ 6,30 por bushel (25,4 quilos) ontem na Bolsa de Chicago.

Queda Com isso, o milho tem o menor valor desde junho do ano passado. Ao recuar para esse valor, o cereal acumula queda de 13% nos últimos 30 dias.

Soja O cenário desfavorável para as commodities afeta também os preços da oleaginosa, que recuou para US$ 13,72 por bushel (27,2 quilos).

Desde junho Ao atingir esse valor, o primeiro contrato de soja tem o menor valor desde junho do ano passado e acumula redução de 8% nos nos últimos 30 dias.

Interno A desaceleração de preços no mercado externo provocou queda semelhante no interno. Milho e soja caíram 13% e 8%, respectivamente, em 30 dias.

Em 12 meses A desaceleração contínua dos preços faz com que os valores atuais fiquem abaixo dos praticados há um ano.

Carnes O boi vai na contramão das carnes suína e de frango. A arroba bovina subiu para R$ 101 ontem, com alta de 1% no dia, segundo a Informa Economics FNP. Suínos e frangos recuaram.

Frango O quilo da ave viva recuou para R$ 2,30 nas granjas paulistas, 18% menos do que há um mês. A arroba de suíno caiu para R$ 57, uma redução de 11% no mesmo período, conforme pesquisa diária da Folha.

DE OLHO NO PREÇO

COTAÇÃO

Londres
Petróleo
(US$ por barril) 106,34
Zinco
(US$ por tonelada) 1.836

Mercado interno

Algodão
(R$ por arroba) 24,00
Trigo
(R$ por saca) 39,00


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