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Dilma ouve trio de conselheiros às vésperas do Copom

Delfim Netto, Luiz Gonzaga Belluzzo e Yoshiaki Nakano conversaram com a presidente durante três horas ontem

Na semana passada, Delfim e Nakano defenderam cortes nos gastos do governo para ajudar a conter inflação

VALDO CRUZ FERNANDA ODILLA DE BRASÍLIA

Na semana que antecede a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que define a taxa básica de juros da economia, a presidente Dilma almoçou ontem com três conselheiros econômicos no Palácio da Alvorada: Delfim Netto, Luiz Gonzaga Belluzzo e Yoshiaki Nakano.

Acompanhados do ministro Guido Mantega (Fazenda), único nome que constava da agenda oficial ontem pela manhã, os economistas ficaram cerca de três horas discutindo com a presidente a "conjuntura econômica" brasileira e mundial.

Nenhum deles quis falar depois do encontro, mas a Folha apurou que, no cardápio do almoço, constavam temas como o ritmo de crescimento da economia, as pressões inflacionárias e a taxa de retorno dos investimentos do pacote de concessões de rodovias e ferrovias.

Na semana passada, dois dos convidados de Dilma -Delfim e Nakano- recomendaram, durante seminário, que o governo reduza seus gastos para ajudar no controle da inflação e impulsionar os investimentos do setor privado.

"A alternativa ao aumento de juros é a política fiscal. Se há excesso de demanda, tem que cortar a demanda pública, e não a privada", afirmou o ex-ministro, conselheiro econômico tanto de Dilma como do ex-presidente Lula.

Nakano, ex-secretário da Fazenda do governo de São Paulo, defendeu no seminário que só com a redução do gasto público é possível "abrir espaço" para o investimento.

GASTOS DO GOVERNO

Internamente, o governo tem discutido como ficará seu Orçamento em 2013, aprovado pelo Congresso apenas neste ano.

Normalmente, o governo divulga um decreto bloqueando parte dos gastos para garantir o cumprimento de sua meta de superavit primário. Oficialmente, ela é de 3,1% do PIB, mas o governo já sinalizou que vai reduzi-la para 2,4%.

Os três economistas, em conversas públicas ou reservadas, têm defendido a posição do Banco Central de agir com "cautela" na condução da política monetária, o que muitos analistas estavam lendo como um recado de que o aumento de juros ficaria para a reunião do Copom de maio, e não na deste mês.

Só que, depois das declarações da presidente Dilma na África do Sul, na semana retrasada, de que era contra medidas de combate à inflação que prejudiquem o crescimento, cresceram as apostas de que o BC pode antecipar uma alta dos juros para recuperar sua credibilidade.

Delfim considerou, recentemente, que o melhor seria o BC deixar uma decisão para a reunião do próximo mês.

"Acredito que haverá um quadro mais claro lá para o final de maio. Se os juros tiverem de subir, paciência. Eles subirão e não haverá problema nenhum", disse.

Durante o almoço de Dilma com seus conselheiros, foi feita a avaliação de que o país tem condições de crescer entre 3% e 3,5% neste ano e que a inflação tende a recuar nos próximos meses.

A reunião do Copom para decidir se muda ou não a taxa de juros, hoje de 7,25% ao ano, acontece na próxima semana, nos dias 16 e 17.


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