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Em campanha do Brasil, loja de luxo de Paris vende sandálias por R$ 62
Bon Marché quer faturar € 3 milhões com a venda de produtos brasileiros até junho
Em uma manhã de chuva e 9°C em Paris, a loja de departamentos Bon Marché, uma das principais da cidade, abriu decorada em clima de Brasil, com palmeiras e cores tropicais, anteontem.
A loja, especializada em artigos de luxo, inaugurou uma campanha baseada no país.
Estão sendo vendidos produtos de marcas brasileiras, como Osklen, Melissa e Havaianas. Modelos simples das sandálias custam € 24 (R$ 62). Uma almofada com estampa de Nossa Senhora Aparecida sai por € 80 (R$ 210).
No prédio vizinho, o grupo mantém o mercado gastronômico "Grande Épicerie de Paris", onde o litro de água de coco brasileira, por exemplo, é vendido por € 4,50 (R$ 12).
Com uma oferta de produtos brasileiros a preços franceses, o foco é o consumidor parisiense, mas faz parte do plano afagar os clientes brasileiros, que estão entre as cinco nacionalidades que mais gastam no Bon Marché.
A previsão é faturar € 3 milhões com a campanha, que vai até 22 de junho.
"O Brasil entrou na cena mundial no nível econômico e cultural, é inevitável abordá-lo. Ano que vem só se falará do país com a Copa, queremos nos adiantar", diz o diretor de marketing do Bon Marché, Guillaume Gellusseau.
É a primeira vez que a loja dedica toda a sua estrutura a um país. Além da venda de produtos, há exposições de arte, como uma instalação do francês Bertrand Planes que exibe imagens da TV Globo que formam um relógio com o horário de Brasília.
A campanha tem como parceiros a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e empresas como TAM e grupo Fasano.
As curadoras brasileiras da exposição, chamada "Le Brésil "" Rive Gauche" (referência à margem esquerda do rio Sena, região onde fica a loja), dizem que pretenderam fugir dos clichês sobre o Brasil, apesar de "incontornáveis" temas, como a praia, estarem por toda parte.
"Quisemos mostrar o lado moderno e sofisticado do país, um conceito de brasilidade rive gauche' com o Brasil urbano de São Paulo e o Brasil descalço do Rio", diz Helen Kupfer-Hass, responsável por beleza e gastronomia.
Ana Luiza Queiroz, da área de moda, contou que a organização encontrou dificuldades para encontrar produtos brasileiros a preços razoáveis. "O Brasil está caríssimo. Se não tivéssemos negociado muito, chegaríamos aqui mais caros do que a Dior."