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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Clima desfavorável nos EUA poderá ajudar produtor brasileiro

Os Estados Unidos poderão novamente segurar a renda nos campos do Brasil. O plantio de milho está com o maior atraso da história, devido ao clima frio, inclusive com neve em pleno maio.

Essa mesma neve que retarda o plantio poderá se tonar excesso de água nos rios nas próximas semanas, provocando enchentes e dificultando o plantio de soja.

"É muito cedo para qualquer avaliação de produção, mas a safra norte-americana começa atravessada", diz Fernando Muraro, da AgRural.

O atraso no plantio não significa necessariamente queda na produção, diz ele. Em 2012, os EUA fizeram um dos plantios mais cedo da história e a safra teve quebra de 100 milhões de toneladas.

O problema é a pequena "janela" de tempo que os produtores terão para semear o milho. Normalmente, até esse período do ano os produtores já colocaram 50% das sementes de milho no solo.

Neste ano, o plantio ficará próximo a 10% até amanhã. Os agrônomos recomendam ao produtor para que não faça plantio nessas condições.

Segundo Muraro, o milho depende de três fases básicas: o plantio, a polinização e o enchimento de grãos. Qualquer problema em uma delas, a produtividade cai.

Uma janela muito apertada no plantio significa que o clima terá de ser muito favorável daqui a 60 dias, no período da polinização.

Se isso não ocorrer, a perda será grande porque afeta boa parte da safra no mesmo estágio. O mesmo vale para o enchimento de grãos, no final de julho. Afinal, 30 milhões de hectares serão semeados em apenas 15 dias.

O mercado ainda não assimilou esse risco aos preços, o que deverá ocorrer nas próximas semanas, segundo Muraro. Por isso, os produtores brasileiros deverão ficar atentos às negociações.

Os estoques mundiais de milho ainda estão baixos, efeito da quebra de safra nos EUA no ano passado. A previsão de safra do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA), feita antes desses problemas climáticos, é de um plantio recorde de 39,4 milhões de hectares.

Mantida a produtividade de 171,1 sacas por hectare, a produção chegaria a 372 milhões de toneladas, bem acima dos 274 milhões de 2012.

Em condições normais de produção, os estoques finais --hoje suficientes para 20 dias-- subiriam para 64. Uma perda de apenas 3% na produtividade prevista pelo Usda já reduziria esses estoques finais para 52 dias, aponta cálculos da AgRural.

ALÍVIO

Uma situação adversa nos campos norte-americanos traria um cenário diferente para os produtores brasileiros, reduzindo, inclusive, a participação do governo --que será necessária-- na comercialização desse produto.

O Brasil terá uma "safrinha" de milho (a segunda safra) de 40 milhões a 42 milhões de toneladas, dependendo do clima. Safra recorde e preços menos competitivos já provocam um desequilíbrio nas regiões mais fronteiriças de Mato Grosso.

A paridade de preços de Chicago e dos portos brasileiros permitirá o pagamento de R$ 8 por saca nessas regiões distantes. O custo de produção atinge R$ 13.


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