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Leilão de áreas de petróleo arrecada recorde de R$ 2,8 bi

Há cinco anos sem chances de comprar novas regiões para explorar óleo e gás, setor pagou ágio de 797%

Petrobras se associou com estrangeiras e teve participação tímida; OGX e Petra fizeram lances agressivos

DENISE LUNA LUCAS VETTORAZZO DO RIO

Há cinco anos sem oportunidade de comprar novas áreas para exploração de petróleo e gás, o setor mostrou ontem, na 11ª rodada de licitações da ANP, que estava com apetite.

A agência arrecadou R$ 2,8 bilhões, recorde entre os leilões já realizados, com a venda de 142 dos 289 blocos ofertados. O ágio obtido sobre o preço mínimo estabelecido para a concessão das áreas foi de 797%.

Os leilões da ANP oferecem às empresas petrolíferas a possibilidade de adquirir o direito de procurar e explorar a produção de petróleo e gás em determinada área -os chamados blocos.

Desta vez, diferentemente do que aconteceu nos leilões anteriores, a Petrobras foi às compras de forma tímida.

Confirmando a expectativa de analistas, a estatal se associou com empresas estrangeiras para a compra de blocos, quase sempre como minoritária. Adquiriu participações em 27 dos blocos ofertados e comprou, sozinha, outras sete áreas. No total, os blocos comprados pela Petrobras (em parceria ou sozinha) custaram R$ 1,5 bilhões.

Já duas empresas brasileiras de menor porte, a OGX, do empresário Eike Batista, e a Petra, mostraram agressividade nos lances.

Mesmo atravessando uma má fase, com prejuízos acumulados, a OGX gastou R$ 374,5 milhões no leilão. "Estamos muito felizes com o resultado", disse o presidente da OGX, Luiz Carneiro.

Já a Petra, em parceria com a estreante canadense Niko Resources e com a Queiroz Galvão, levou oito dos dez blocos da bacia Pernambuco-Paraíba, por R$ 3,4 milhões, mais investimentos previstos de R$ 48,2 milhões.

ESTRANGEIRAS

O leilão trouxe de volta ao país a gigante americana Exxon e consolidou a presença das britânicas BG (principal sócia da Petrobras no pré-sal) e BP, duas gigantes do setor.

A americana Chevron, envolvida em um acidente em 2011 e até hoje negociando a sua volta à operação no campo de Frade, também surpreendeu ao comprar um bloco na bacia do Ceará, com a colombiana Ecopetrol.

Apesar do sucesso de arrecadação, apenas metade dos blocos foi vendida. O fato foi considerado "normal" pela diretora-geral da ANP, Magda Chambriard. "Os números mostram um sucesso assombroso, grandioso", disse, ressaltando o grande interesse em blocos terrestres.

Os blocos não vendidos serão reavaliados e poderão voltar em futuros leilões, como é praxe nas licitações.

"É normal não vender tudo. No futuro, com novas tecnologias e mais informações sobre as bacias, essas áreas podem se tornar interessantes", disse João Carlos De Luca, presidente do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo).

Chambriard comemorou o lance de R$ 345,9 milhões feito pelo consórcio liderado pela francesa Total (40%) junto com a Petrobras (30%) e BP (30%) por um bloco na bacia da Foz do Amazonas -que, ao todo, arrecadou R$ 803 milhões, se tornando a mais atrativa das bacias.

O lance bateu o recorde anterior, da 9ª rodada, em 2007, feito por Eike por um bloco na bacia de Santos que até hoje não entrou em produção.

O interesse pela Foz do Amazonas cresceu nos últimos anos após descobertas feitas na Guiana Francesa, país próximo aos blocos que foram colocados à venda.


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