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Análise crescimento

Consumo aquecido trava os investimentos

Para ampliar a capacidade de produção no país, é preciso desviar recursos do consumo para a poupança

À medida que o governo estimula o consumo, menos recursos para investimentos ficam disponíveis

OTTO NOGAMI ESPECIAL PARA A FOLHA

Altas taxas de crescimento econômico estão associadas a significativos volumes de investimentos no setor produtivo da economia.

Considerando-se que o investimento inclui despesas com novas edificações (fábricas e instalações) e novas máquinas, equipamentos e ferramentas --além da variação de estoques--, em termos práticos ele resulta em uma adequação ou ampliação da capacidade produtiva do país.

Dessa forma, a importância dos investimentos em uma economia está associada à condição de ofertar ao mercado a quantidade adequada de bens e serviços que a população está disposta a demandar, servindo inclusive como peça-chave para o combate da inflação.

As estatísticas mostram que os investimentos (formação bruta de capital fixo) no Brasil têm se mantido num patamar inferior à média mundial de 20% do PIB, que é considerado um percentual adequado para manter um ritmo de crescimento consistente ao longo do tempo.

No período de 1994 a 2002 a média de investimentos, proporcionalmente ao PIB, foi de 18,8%, enquanto que no período de 2003 a 2012 o volume anual de investimentos esteve em torno de 17,4%.

Em 2011 o volume de investimentos da China estava em 48,4% do PIB, o que lhe proporcionou um crescimento no ano de 9,3%.

Na Índia os investimentos representaram 36,6% do PIB, resultando num crescimento da economia de 6,9%.

Importante salientar que crescimento não resulta de investimentos de forma imediata, e sim de um processo contínuo ao longo do tempo.

Resumidamente, podemos definir o investimento como sendo o acréscimo ao capital real da sociedade, que somente será possível se houver formação de poupança resultante da abstenção do consumo imediato.

Entretanto, no caso brasileiro, à medida que o governo estimula e cria mecanismos para que a população mantenha em alta o seu nível de consumo, menos recursos estarão sendo economizados e, consequentemente, menos recursos para investimentos estarão disponíveis.

Alguns desses mecanismos recentes de incentivo ao consumo foram a desoneração da carga tributária para um conjunto de produtos e a pressão pela queda da taxa de juros bancária, aumentando a quantidade de moeda em circulação na economia.

Com menos investimentos, aumenta a defasagem entre a capacidade de produzir da economia e o desejo de consumir da sociedade, o que agrava a dependência com relação ao investimento estrangeiro direto, que também apresenta sinais de declínio nos últimos anos.


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