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Pré-sal faz Petrobras 'poupar' em leilão

Estatal foi mais seletiva nas aquisições e abriu espaço para estrangeiras, mirando leilão previsto para novembro

Licitação de anteontem da ANP ofertou áreas de bacias maduras ou pouco conhecidas na exploração de petróleo

DENISE LUNA PEDRO SOARES DO RIO

Diante da obrigatoriedade da Petrobras de liderar os consórcios no leilão de áreas do pré-sal com participação de, no mínimo, 30%, a estatal decidiu ser seletiva na rodada de licitação da ANP de anteontem e abriu espaço a companhias estrangeiras.

A companhia concentrou suas aquisições em duas áreas (bacias da foz do Amazonas e do Espírito Santo) e, por sua fatia nos blocos, pagou R$ 538 milhões à ANP --que arrecadou, ao todo, R$ 2,8 bilhões no leilão.

O foco nessas duas bacias e a abertura para a entrada de novas empresas nas áreas fora do pré-sal foram parte da estratégia da Petrobras, segundo a Folha apurou.

Um outro ponto que pesou para a empresa limitar sua atuação no leilão foi o compromisso de investimento de US$ 236,7 bilhões até 2017.

Pela lei do pré-sal, a estatal tem de ser operadora dos blocos a serem licitados na área (o primeiro leilão está previsto para novembro) e bancar 30% do investimento.

Ao ser operadora, ela assume a responsabilidade por planejar e executar a exploração (perfuração de poços) e produção dos campos e fazer contratações de bens, serviços (plataformas e sondas, inclusive) e empregados.

Por isso, a estatal delegou a outras grandes petroleiras mundiais como BP e Total essa função em boa parte dos blocos arrematados por ela em parceria com essas e outras companhias no leilão de concessão da ANP.

ESCOLHA DE BLOCOS

A opção por blocos na foz do Amazonas se deu diante das boas perspectivas geradas por descobertas em áreas similares da África e Guiana.

Já na bacia do Espírito Santo o objetivo da estatal foi "cercar" campos já descobertos e onde possui plataformas instaladas --o que reduz a necessidade de investimento.

A licitação de anteontem da ANP ofertou áreas de bacias maduras (muito exploradas) ou pouco conhecidas e sem tradição na exploração de petróleo, chamadas de novas fronteiras.

Segundo analistas e executivos do setor, a Petrobras adotou uma atitude de "cautela" e mostrou "pé no chão" no leilão.

A estatal assumiu ainda um papel "menos relevante", dizem, ao abrir mão da liderar os consórcios e operar blocos, apesar de ter sido a empresa que comprou (sozinha ou em parceria) mais áreas no leilão --34 ao todo.

Apenas em sete blocos a empresa fez lances sozinha. Preferiu nos outros 27 uma participação minoritária.

Na Foz do Amazonas, tida como promissora em águas profundas (especialidade da empresa), a Petrobras se limitou a 30% em consórcio com Total e BP.

Para Adriano Pires, diretor da consultoria CBIE, isso indica que a empresa está poupando esforços para o leilão do pré-sal.

"Ela foi mais comedida por causa da obrigação de ser operadora única do pré-sal."

O espaço deixado pela estatal permitiu que outras petroleiras assumissem também o "protagonismo" na exploração do país, segundo o presidente do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo), João Carlos de Lucas.

"Isso traz um novo dinamismo ao setor e uma multiplicidade de atores. Agora, o mapa do petróleo no Brasil é diferente."


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