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Para BG, pré-sal é trampolim para ser vice

Principal sócia da Petrobras no campo de Lula espera ultrapassar norueguesa Statoil ainda no segundo semestre

Estratégia da British Gas Brasil é marcar posição também como operadora, em áreas do pós-sal, diz presidente da empresa

PEDRO SOARES LUCAS VETTORAZZO DO RIO

Principal sócia da Petrobras no pré-sal, a BG quer virar a maior empresa privada na exploração de óleo no país. Os planos são produzir 600 mil barris/dia em 2020.

Para tal, a empresa britânica arrematou no último leilão, neste mês, dez blocos como operadora --o que lhe dá a responsabilidade sobre planejamento e contratações de bens, serviços e pessoal durante prospecção e o desenvolvimento dos campos.

A companhia será, a partir do segundo semestre, a segunda maior produtora de óleo do país, atrás apenas da Petrobras, afirma o presidente da BG Brasil, Nelson Silva.

A BG é hoje a terceira maior, graças à parceria com a Petrobras no campo de Lula (pré-sal da bacia de Santos). Sua fatia (25%) corresponde a uma extração de cerca de 30 mil barris/dia, abaixo dos 45 mil da norueguesa Statoil. Mas, com a previsão de novos poços em Lula, a perpectiva é que a produção da BG cresça mais rapidamente do que a da Statoil.

Essas áreas demandarão investimentos de, no mínimo, US$ 700 milhões.

"Seremos o maior investidor privado do país."

Folha - O que significa a volta da BG como operadora?

Nelson Silva - Ficou claro [com o resultado do leilão] que a gente quer ser operador. Dependemos do sucesso nesses dez blocos que adquirimos, mas nosso apetite e nossa intenção estão claros.

Qual será o cronograma de desenvolvimento dos dez poços adquiridos na 11ª rodada?

Estamos em uma fase de [análise] sísmica ["mapas" da geologia local] que deve levar em torno de dois anos. Depois, vem o plano de desenvolvimento [da produção]. Nosso compromisso de investimento na rodada foi em torno de US$ 700 milhões.

Após o leilão, que proporção o Brasil adquire na BG?

Atualmente, a BG opera em pouco mais de 20 países. O Brasil vai ser, sem dúvida alguma, o mais importante em produção muito em breve, antes de atingirmos o pico de produção de 600 mil barris/dia em 2020. Temos hoje dois grandes projetos, Brasil e Austrália [foco em gás], mas o Brasil é superior.

Quanto a empresa planeja investir no Brasil?

US$ 3 bilhões por ano até 2018. É um plano multibilionário, que soma US$ 15 bilhões. A BG vai ser a maior empresa internacional investindo no Brasil. E não há outro país com esse volume.

Quais os planos da empresa no curto prazo?

No segundo semestre, vamos nos tornar a maior empresa privada em volume de produção de petróleo no país.

Em 2020, a Petrobras produzirá cerca de 4 milhões de barris/dia. Nós, na casa dos 600 mil. Não vi nenhum operador brasileiro com planos de negócios que ultrapassem 150 mil barris por dia em 2020. Quando assumirmos a segunda colocação no ranking das maiores produtoras, não vai ter para mais ninguém, salvo possíveis aquisições por outras companhias.

O financiamento para o investimento da BG no Brasil virá da matriz em Londres ou do caixa próprio da companhia?

O investimento em perfuração vai ocorrer daqui a três anos e meio. Até lá, equacionar esses valores vai ficar mais fácil. Teremos geração de caixa do Brasil [com a produção do pré-sal]. O investimento virá da geração de caixa [aqui e no exterior].

O que o sr. acha da obrigatoriedade de a Petrobras ser operadora única nos futuros leilões do pré-sal?

O regime de partilha [exclusivo do pré-sal, pelo qual empresas "pagam" em óleo governo pelo direito de exploração], em si, não representa um obstáculo. Já operamos em países que usam esse regime, como o Egito. Dependemos das condições econômicas para dizermos se há interesse nas novas áreas.

Mas e o fato de não poder operar campos no pré-sal?

Já não operamos hoje [nas parcerias com a Petrobras e Galp] e estamos satisfeitos.

A Petrobras como operadora exclusiva foi muito criticada pelo IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo).

Aí é uma questão mais filosófica, de que mais players [competidores] permitem maior competitividade ao setor.

A concorrência leva a uma maior eficiência e a custos mais baixos. Basta ver o que aconteceu ao Brasil de 1997 para cá, após a abertura de mercado e o fim do monopólio [da Petrobras].


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