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Benefícios já sobem mais que salários

Estratégia, para empresas, procura limitar aumento de encargos; para trabalhadores, visa garantir poder de compra

Acordos do primeiro semestre têm alta de até 42% em benefícios; negociações em curso seguem a tendência

CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO

Com as negociações salariais mais pressionadas por inflação em alta e desaceleração da atividade econômica, trabalhadores e patrões negociam acordos com reajustes maiores nos benefícios do que nos salários.

As correções aplicadas a tíquetes-alimentação, vale-compras, cesta básica, abonos ou em benefícios sociais (auxílio-creche, auxílio-educação ou programas para a compra de medicamentos oferecidos por algumas empresas) chegam a até 42% em algumas categorias profissionais, segundo levantamento da Folha a partir de informações do Dieese.

Para as empresas, essa é uma forma de evitar aumento no custo fixo da produção, uma vez que, além de corrigir os salários, o percentual concedido é incorporado a encargos como contribuição previdenciária, FGTS e 13º.

Para os trabalhadores, ter um benefício adicional é uma forma de recuperar poder de compra, mesmo que o ganho não vá para o holerite.

A tendência de negociar reajustes maiores nos benefícios (já verificada principalmente em categorias do setor de serviços, com data-base de janeiro a junho) pode se estender àquelas que estão em campanha neste semestre.

TETO PARA REAJUSTE

No caso dos comerciários de São Paulo (data-base em novembro), as grandes varejistas de alimentos, eletroeletrônicos e vestuário querem criar um teto para este ano e conter o impacto da correção salarial em seus resultados.

"A retração do consumo preocupa e traz reflexos na hora de negociar", diz Ivo Dall'Acqua Jr., presidente do Conselho de Assuntos Sindicais da FecomercioSP.

Os 500 mil comerciários pedem aumento real de 2% a 3%; a contraproposta é de 1%. "Muitas empresas já oferecem participação nos lucros maior do que o reajuste no salário", diz Ricardo Patah, da UGT, que chefia as negociações dos comerciários.

Os operários da construção civil de São Paulo negociaram neste ano correções para o vale-supermercado de 33,3% a 42,8%, dependendo da cidade. Os tíquetes-alimentação subiram cerca de 20%, ante 8,99% nos salários.

Como a negociação foi em abril e maio, quando a inflação de alimentos preocupava, "houve preocupação em preservar o poder de compra dos trabalhadores", diz Haruo Ishikawa, vice-presidente do Sinduscon-SP (reúne indústria da construção civil).

Para o economista José Silvestre de Oliveira, do Dieese, "como a intensidade dos ganhos reais é menor, os sindicatos tentam complementar a renda dessa forma".

Farmacêuticos de São Paulo também negociaram neste ano ganho real no salário menor do que em 2012 (1,33% ante 2,41%), mas reajustes mais polpudos no auxílio-alimentação (20% a 26%). O abono, que complementa o reajuste de salário, subiu 40%.


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