Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Apagão afeta setor industrial no Nordeste
Produção na Bahia teve a queda mais intensa em agosto ante julho, segundo o IBGE
O apagão nos Estados do Nordeste em agosto repercutiu na produção industrial da região. A Bahia teve a mais intensa queda (-8,6%) entre todas as unidades da Federação pesquisadas pelo IBGE.
A forte retração, a primeira após cinco meses de expansão no Estado, deve-se ao perfil da indústria baiana, intensiva no uso de energia e focada em setores como química e petroquímica. No conjunto da região Nordeste, a perda foi de 2,2%.
"A indústria química sofre mais os efeitos da falta de energia porque, quando uma unidade tem de ser desligada, ela demora muito tempo, um ou dois dias, para voltar a operar", diz Rodrigo Lobo, técnico do IBGE.
Ao lado do Rio de Janeiro (-4,2%), as três quedas foram as de maior impacto negativo na indústria geral, que ficou estável de julho para agosto. Ao todo, sete áreas produziram mais de julho para agosto. O mesmo número de regiões reduziu seu nível de atividade no período.
PERDA DE DINAMISMO
Segundo Lobo, a indústria vive nos últimos meses "um movimento de clara perda de dinamismo".
Em 10 das 14 áreas pesquisadas, a produção desacelerou ou caiu de maio a agosto, período no qual a média nacional recuou 3,1%.
A retração acompanha a menor confiança de empresários, o aumento das importações e a freada do crédito e do consumo. No acumulado do ano, a indústria registra uma alta modesta de 1,6%.
Em São Paulo, a produção cresceu 0,6% de julho para agosto --resultado que não compensa a queda de junho para julho, de 4,5%. No acumulado deste ano, a produção do Estado, maior polo industrial do país, registrou um crescimento de 1,6%.
São Paulo se beneficiou do bom momento da agropecuária e da safra recorde de grãos e cana neste ano. Com isso, cresceu a produção de álcool e de alimentos e a demanda por máquinas e equipamentos agrícolas.