Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Oposição e Obama tentam evitar calote

Primeira tentativa de acordo fracassa ante exigência dos republicanos de que governo dos EUA continue paralisado

Proposta estenderia em seis semanas licença para governo tomar empréstimos; títulos da dívida vencem dia 31

DE SÃO PAULO

Naufragou no início da noite de ontem a tentativa de acordo entre a oposição no Congresso dos EUA e o presidente Barack Obama para subir provisoriamente o teto da dívida do país, a fim de evitar um calote de efeito global.

As negociações por uma solução, porém, devem continuar hoje, e senadores republicanos vão se encontrar pela manhã com Obama.

Na próxima quinta, vence oficialmente a autorização de emergência para o governo continuar tomando empréstimos. Segundo o secretário do Tesouro, Jacob Lew, os cofres, até lá, estarão vazios.

Na véspera, vencem US$ 12 bilhões em pagamentos da Previdência Social e, seis dias depois, mais US$ 12 bilhões.

Mas o problema maior viria no último dia do mês, quando expira o prazo para pagar US$ 6 bilhões de juros da dívida e vencem US$ 61 bilhões em títulos do Tesouro.

Os juros cobrados sobre esses papéis vêm subindo desde o início da crise. A falha em quitá-los ou rolá-los --o que fica mais difícil em um cenário de desconfiança-- implicaria um calote de impacto nos mercados de câmbio e dívida globais.

Nos últimos dias, líderes estrangeiros pressionaram os políticos americanos a fecharem um acordo, sob pena de jogar sua credibilidade na lama e os mercados financeiros em uma nova crise.

"[A China presta] muita atenção ao teto da dívida americana", disse ontem o premiê chinês, Li Keqiang.

A China é o maior credor externo dos EUA (tem 22,6% dos títulos em mãos estrangeiras), seguido de Japão (20,2%) e Brasil (4,6%).

Christine Lagarde, chefe do FMI, afirmou que "seis ou oito semanas de extensão no prazo seria bom, mas um prazo maior seria ainda melhor".

O Fundo promove de hoje a domingo sua cúpula anual, e a crise fiscal dos EUA deve ser o tema mais recorrente.

BARGANHA

A bancada republicana, majoritária na Câmara e contrária a Obama, propôs ontem esticar por seis semanas a autorização para empréstimos, contanto que o governo federal continuasse fechado.

As principais atividades federais estão suspensas desde o último dia 1°, quando deveria ter entrado em vigor o Orçamento do ano fiscal de 2014, que o Congresso, dividido, foi incapaz de aprovar.

Prestes a perder sua licença para emprestar, sem autorização para usar as verbas do novo ano e com o caixa quase vazio, o governo teve de mandar parte dos servidores temporariamente para casa, sem pagamento, e interromper atividades consideradas não essenciais.

Entre elas, a manutenção de monumentos públicos, fechados, a coleta de dados econômicos, a fiscalização alimentar e ambiental e a atualização de sites oficiais.

Ontem, a mera possibilidade de um acordo, que ainda precisaria ser votado e que esbarrava na resistência da ala radical do Partido Republicano e no próprio partido do presidente, o Democrata, animara os mercados.

Nos EUA, o índice Dow Jones, que mede as principais ações, subira 2,18% --a segunda maior valorização neste ano. Nas Bolsas globais, o movimento também foi de alta.

Ainda assim, após dias de troca de acusações sobre uso político da crise, políticos e analistas nos Estados Unidos celebraram o diálogo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página