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Greve dos bancos chega a 23 dias e já é a mais longa desde a de 2004
Instituições oferecem 8% de aumento, mas pedem reposição de dias parados
Os bancos ofereceram reajuste salarial de 8% (1,93% acima da inflação) aos bancários, mas cobraram a reposição dos 22 dias de greve em um período de seis meses.
A nova proposta salarial foi feita ontem, durante uma negociação que se estendeu por dez horas em São Paulo.
Os 8% é o mesmo percentual conquistado por categorias como metalúrgicos do ABC (ligados a CUT) e funcionários dos Correios (Conlutas). Descontada a inflação, os metalúrgicos tiveram ganho de 1,82%, e os funcionários dos Correios, 1,53%.
Com esse percentual, o ganho real é próximo ao reivindicado pela categoria: 2% acima da inflação de 6,07% pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
O empecilho agora é a reposição dos dias parados. Os bancários querem anistia, mas os bancos insistem em recuperá-los ou descontá-los.
Até o fechamento desta edição, ainda não havia informações se os representantes de patrões e empregados continuarão a negociar hoje.
Para encerrar a greve na segunda-feira, os bancários devem submeter a proposta em assembleias previstas para ocorrer hoje.
A greve dos bancários já é a maior desde 2004, quando a categoria parou por 30 dias. Hoje completam 23 dias de paralisação.
O salário médio da categoria é de R$ 4.740, e o piso salarial é de R$ 1.519. A PLR (participação nos lucros e resultados) paga aos caixas de bancos, segundo informou a Fenaban, varia entre 3,5 e 4 salários adicionais.
No início da campanha salarial, a categoria pediu 11,93% de reajuste, o que incluía 5% de aumento real, além de um valor maior para a PLR.
Na manhã de ontem, circulou uma informação pelo site de uma das entidades sindicais que os bancos haviam oferecido 8% de reajuste. O vazamento irritou os bancos.
Procurada pela reportagem, a federação dos bancos preferiu não se pronunciar sobre o assunto.
Em anos anteriores, essa atitude foi entendida como um sinal de que as negociações ainda estavam em andamento.