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Ação do Google vale US$ 1.000 pela 1ª vez
Preço do papel da empresa avançou 14% ontem, depois de lucro e faturamento superarem estimativas de analistas
Balanço da companhia mostrou, porém, que venda de publicidade on-line já não cresce mais no mesmo ritmo
O aumento do lucro e do faturamento do Google no terceiro trimestre foi maior que o esperado por analistas e investidor e fez pela primeira vez a ação da empresa superar a marca de US$ 1.000.
Os papéis da empresa subiram ontem 14%, a US$ 1.011 --em 2004, quando começaram a ser negociados na Bolsa, eles valiam US$ 85.
O lucro do Google cresceu 15,9% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, e o faturamento avançou 19,5%.
O resultado, porém, mostrou que está perdendo força o negócio de publicidade vinculada a buscas do Google, que por uma década parecia ter uma capacidade quase mágica de gerar dinheiro.
Com a mudança de comportamento dos consumidores, graças ao avanço de celulares e tablets, a publicidade vinculada a buscas já atingiu a maturidade, e os preços pagos por anunciantes quando os leitores clicam em seus anúncios continua a cair.
O negócio principal do Google, que é a venda de anúncios no Google.com e outros sites que a companhia controla, cresceu em 22% ante o período no ano anterior. É um desempenho notável depois de quatro trimestres de crescimento abaixo dos 20%, mas é um ritmo inferior aos 35% que a registrava dois anos atrás. E o preço que os anunciantes pagam a cada vez que alguém clica em um anúncio caiu pelo oitavo trimestre consecutivo.
A queda, de 8%, se deveu em larga medida porque os anúncios veiculados em celulares custam menos do que os anúncios veiculados em computadores.
"O Google fatura 90% de seu dinheiro no mundo da internet, e está no lugar errado", diz George Colony, presidente-executivo da Forrester Research.
O Google é o líder na publicidade on-line, obtendo 47% do total de receitas da publicidade digital e 53% das receitas de publicidade em aparelhos móveis. Mas o negócio publicitário está mudando.
As pessoas vêm dedicando muito mais tempo aos seus aparelhos móveis, e um terço das visitas ao Google agora são feitas com eles.
Os cliques em anúncios veiculados em computadores não cresceram no trimestre passado, enquanto as visitas a anúncios por meio de tablets cresceram em 63% e as visitas por meio de celulares mais que dobraram.
O problema é que o preço dos anúncios em aparelhos móveis é de entre metade e dois terços do dos anúncios em computadores.