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Argentina breca entrada de calçados do RS

Mercadorias não conseguem entrar no país vizinho porque governo não libera licenças

(FELIPE BÄCHTOLD) DE PORTO ALEGRE

Uma nova onda de protecionismo argentino causa prejuízos no Sul e vem provocando protestos na região.

Segundo a indústria do calçado, 740 mil pares produzidos no Rio Grande do Sul, que concentra fábricas do setor, estão parados esperando licenças do governo argentino para entrar no mercado do país vizinho.

A indústria estima em US$ 13 milhões o valor das mercadorias e lamenta que as encomendas não chegarão em tempo do Dia das Mães argentino, comemorado hoje. A ameaça de efeitos sobre as vendas no Natal também preocupa os empresários.

Segundo a Abicalçados (associação da indústria calçadista), os problemas enfrentados com barreiras impostas pelo país haviam diminuído no fim de 2012 --quando a Argentina parou de exigir licença não automática dos importadores--, mas voltaram a se agravar nos últimos meses.

A licença não automática é um mecanismo que obriga importadores a pedir autorização do governo para comprar determinado produto.

"Começou de novo a trancar. Os calçados já deviam estar no varejo para aproveitar um embalo para vendas de fim de ano", diz o diretor da entidade, Heitor Klein.

A indústria de móveis e a de alimentos, juntas, estimam em US$ 12 milhões o valor das mercadorias paradas.

Dirigente da associação gaúcha dos moveleiros, Ivo Cansan diz que as empresas exportam para a Argentina apenas 10% do valor de cinco anos atrás.

Os empresários veem na medida uma manobra para amenizar o saldo da balança comercial. Dados do Ministério da Economia argentino mostram que, até agosto, as importações do país cresceram 12% em comparação com o mesmo período de 2012.

Empresas de calçados e de máquinas afirmam que as barreiras não são as mesmas para todos os países e que exportadores da Ásia estão conseguindo ganhar terreno na Argentina, apesar da distância e do Mercosul.

Em carta para a presidente Dilma Rousseff, empresários afirmaram que a situação põe em risco o nível do emprego no Rio Grande do Sul.

No último dia 11, manifestantes ligados a empresas afetadas protestaram durante visita da presidente a Novo Hamburgo. Em Uruguaiana, a ponte que liga os dois países ficou fechada também devido a um protesto.

Questionada sobre o assunto na visita, a presidente afirmou que há "forte desagrado" com a situação e que há casos "dramáticos" de demora em diversos setores.

Dilma disse que recebe semanalmente relatórios dos calçadistas sobre a liberação dos produtos e encaminha as reclamações para o governo argentino pedindo uma solução. "Temos mantido um diálogo constante", falou.

A reportagem procurou representantes do ministério argentino, mas não obteve resposta até anteontem.


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