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Eike oferece R$ 100 mi para 'salvar' OSX
Endividada, empresa está em negociações com credores para tentar evitar pedido de recuperação judicial
Empresário só colocará recursos se Santander e Votorantim também injetarem cerca de R$ 200 milhões
Eike Batista sinalizou aos bancos credores que está disposto a aportar cerca de R$ 100 milhões na OSX caso isso ajude a companhia a escapar da recuperação judicial.
Um eventual processo de recuperação significará calote de R$ 1,6 bilhão nos bancos públicos, BNDES e Caixa.
O aporte do empresário, que detém 66,7% da OSX, faz parte do plano de salvamento da empresa naval apresentado aos bancos.
A OSX tenta renegociar dívidas de curto prazo de R$ 1 bilhão com BNDES e Caixa, garantidas, respectivamente, por Votorantim e Santander. A Caixa também emprestou outros R$ 600 milhões em linha de crédito de longo prazo.
Um acordo com os quatro bancos é crucial para que a empresa não seja forçada a seguir o caminho da petroleira OGX, que entrou em recuperação judicial anteontem.
Representantes dos bancos e do comando da OSX se reuniram ontem, mas não chegaram a um acordo. As conversas seguirão ao longo do dia de hoje, considerado o prazo máximo para resolver o impasse nas negociações, segundo apurou a Folha.
Caso não haja uma solução, a empresa terá de recorrer à recuperação já na próxima semana.
A empresa já está inadimplente com a Caixa há duas semanas e enfrenta o protesto das dívidas de pequenos fornecedores na Justiça.
Eike só vai injetar dinheiro na OSX se Santander e Votorantim também colocarem cerca de R$ 200 milhões.
A renovação dos empréstimos por mais um ano e os aportes de recursos são as bases da reestruturação da OSX, comandada por Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal.
BNDES e Votorantim já haviam concordado com as condições, mas houve impasse nas tratativas com Santander e Caixa. O Santander gostaria que a Caixa reduzisse o parcela do empréstimo que está garantida.
Luciano Coutinho, presidente do BNDES, sinalizou ontem que concorda com nova prorrogação do empréstimo à OSX. "Dar tempo para que as soluções aconteçam é uma estratégia sensata."
Caso o acordo com os bancos seja fechado, a OSX terá dinheiro para tocar as operações até o ano que vem.
Para afastar o risco de recuperação judicial, no entanto, precisará ter sucesso em outras frentes de negociação.
A primeira é com os bancos estrangeiros e os detentores de títulos da dívida da empresa. A OSX pede a todos carência de um ano para pagar os juros dos empréstimos.
Há ainda uma dura batalha com os fornecedores, com os quais reconhece R$ 650 milhões em dívidas. Mas só a fabricante de equipamentos Techint pede R$ 1 bilhão.
Em comunicado, a OSX informou estar "preparada" para a recuperação judicial caso seja necessário, mas segue trabalhando na reestruturação, que envolve "potenciais combinações empresariais".
Segundo apurou a Folha, há três memorandos de entendimento para parcerias no estaleiro da OSX, entre eles com a espanhola Dragados e a brasileira Asgaard.