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Mercado MPME

IR e tempo de saque tiram atratividade da poupança

Falta de informação e intuição levam pequeno empresário a essa aplicação

Investidor paga 22,5% de Imposto de Renda e precisa esperar pelo menos três meses para obter rendimento

GABRIEL BALDOCCHI DE SÃO PAULO

Pelos anos em que trabalhou como funcionária contratada, a empresária Adriana Oliveira, 58, concluiu que a caderneta de poupança era o melhor caminho para alcançar suas metas de longo prazo, como abrir um restaurante como o que tem hoje em Vargem Grande Paulista, na Grande São Paulo.

Ao abrir seu negócio, há quatro anos, quis reproduzir a prática com uma poupança para o restaurante, onde ficariam os recursos para reinvestir em reformas e expansões.

No Brasil, ao menos 105 mil empresas têm R$ 2,74 bilhões investidos na poupança, segundo dados da Caixa Econômica Federal. O saldo total de pessoas jurídicas do banco estatal é de R$ 20 bilhões, sendo a maior parte de entidades públicas ou associações sem fins lucrativos.

O dado do Banco Central, que compreende--sem distinção-- todas as categorias acima, indica um total de R$ 22,6 bilhões de pessoas jurídicas. Poupadores pessoa física têm quase R$ 400 bilhões.

A poupança é o instrumento mais tradicional de investimento do pequeno poupador. Para esse público, o uso é incentivado com isenção do Imposto de Renda e rendimentos pagos mensalmente.

Já as empresas pagam 22,5% de IR e precisam esperar três meses para colher os frutos da correção. Ou seja, o empresário que deposita R$ 100 e precisa sacar o valor antes de três meses não receberá nenhuma remuneração.

"Na poupança, você não mexe. O jurinho' é melhor que nada", diz Oliveira.

INTUIÇÃO

Especialistas ouvidos pela Folha afirmam que a tributação para pessoa jurídica tira a competitividade da poupança e sugerem a busca por investimentos com risco e liquidez semelhantes que possam ter rendimento maior, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário) --veja comparação no quadro ao lado.

A decisão pela poupança, conta Oliveira, foi tomada sem consulta, de forma intuitiva. É assim também que surgem a maior parte das poupanças abertas na Caixa, segundo a superintendente nacional de Micro e Pequenas Empresas do banco, Eugênia Regina de Melo.

Cerca de 90% das contas são de micro e pequenas empresas. Para alguns empreendedores, é o primeiro contato com o banco, um fenômeno que cresce desde a criação da figura do MEI (Microeemprededor Individual).

"Para os pequenos que estão entrando no mercado financeiro, a poupança é um instrumento simples, de retorno garantido e que conhecem como pessoa física. É uma forma de se capitalizarem para poderem crescer", afirma Melo.

Mas ela explica que o banco não direciona investimentos, apenas indica os riscos.


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