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Governo pesa inflação para calcular avanço da gasolina

Aumento neste ano pode ser revisto; temor é IPCA superar os 5,84% de 2012

Alta de preços seria arma da oposição contra Dilma em 2014, ano eleitoral; margem de manobra é estreita

DE BRASÍLIA

O ritmo da inflação voltou a preocupar o governo Dilma nesta reta final do ano. O temor é que a taxa de 2013 fique acima da registrada no ano passado, quando o IPCA fechou em alta de 5,84%.

Uma pressão extra nos preços em véspera de ano eleitoral deve levar o governo a ser mais rigoroso nas decisões para não elevar ainda mais os índices. Exemplo de medida a ser tratada com cautela é o reajuste da gasolina esperado para este ano.

Na avaliação de assessores presidenciais, os índices de outubro e novembro serão "ruins" em comparação à expectativa inicial do governo, devido a pressões sobre preços de alimentos e repasse defasado da valorização do dólar nos últimos meses. Mas a expectativa é que dezembro traga dados melhores.

Se o cenário se confirmar, o governo acredita ser possível fechar o ano com uma inflação igual ou levemente inferior à de 2012, cumprindo ao menos em parte a promessa do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Um assessor disse à Folha, porém, que o "espaço de manobra" é pequeno e qualquer pressão adicional neste final de ano fará a inflação fechar 2013 perto de 6%, resultado negativo para o governo já que o BC se comprometeu a entregar uma inflação menor do que 5,84% neste ano.

No primeiro ano de mandato de Dilma, em 2011, o IPCA já havia batido no teto da meta, 6,5% --dois pontos acima do centro, 4,5%.

Nesse quadro de preocupação, o governo terá de decidir quando e em quanto irá reajustar a gasolina e o diesel.

O BC trabalha com um aumento de 5% na gasolina até dezembro. Dilma, porém, não deu a palavra final e, segundo assessores, ainda tem dúvidas sobre o melhor momento para o reajuste. Se ficar para o fim do ano, o impacto seria jogado para 2014.

Com problemas de caixa, a Petrobras pressiona por reajustes automáticos e, portanto, livres da autorização do governo federal, sócio controlador da companhia.

Mas o Palácio do Planalto dificilmente aceitará um sistema que pese muito sobre a inflação, apurou a Folha. Para evitar um modelo assim, a Fazenda pediu mais estudos.

A inflação alta tem sido uma das armas da oposição contra a gestão da presidente e será um dos temas explorados na campanha de 2014. Vem daí parte da cautela.

PROJEÇÕES

Amanhã, será divulgado o IPCA de outubro. O mercado aposta em 0,57%, levemente abaixo do 0,59% registrado em igual período de 2012.

O governo, no entanto, considera que o índice pode repetir o do ano passado, interrompendo a trajetória de queda da inflação acumulada nos últimos 12 meses. Em setembro, ela havia recuado de 6,09% para 5,86%.

Em novembro, as primeiras avaliações indicam o IPCA acima do registrado em 2012 --0,67% ante 0,60%-- apesar de alguns técnicos acreditarem num valor menor. Mesmo assim, a tendência é a inflação acumulada em 12 meses continuar alta.

No mês que vem, porém, o governo tem convicção de que o IPCA será menor. O de 2012 havia batido em 0,79%. (VALDO CRUZ E NATUZA NERY)


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