Folha de S.Paulo

Vaivém das commodities

Lagarta faz MT pedir emergência fitossanitária

Muito se falou de risco sanitário no país nos últimos anos, mas o risco vegetal está assumindo proporções ainda maiores do que o animal.

Em vista do avanço da lagarta Helicoverpa armigera, Mato Grosso também quer, a exemplo do oeste da Bahia, ser declarado em estado de emergência fitossanitária devido ao inseto.

"A soja já nasce com Helicoverpa, e algumas soluções recomendadas, como coquetéis mirabolantes, acabam trazendo desequilíbrios para o bolso do produtor e para o ambiente", diz Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja (associação dos produtores).

Para ele, o manejo da cultura poderá diminuir os perigos da lagarta, principalmente com aplicações precoces.

A ação do produtor, no entanto, poderá ser prejudicada por fatores climáticos, que impedem uma intervenção a tempo contra uma lagarta de ciclo de vida de 11 a 12 dias.

A superintendência do Ministério da Agricultura no Estado de Mato Grosso já tem as informações de que a Helicoverpa está no Estado. Daí a necessidade de Mato Grosso também ter a possibilidade do uso de produtos apropriados no combate à lagarta em casos emergenciais, afirma Fávaro.

A exemplo do que vai ocorrer na Bahia, os produtores de Mato Grosso querem liberada a utilização do benzoato de emamectina, principal produto indicado para o combate à lagarta em casos de necessidade emergencial.

"Será preciso ocorrer um desastre aqui no maior Estado produtor de soja do país para que seja liberada a possibilidade do uso desse produto, pelo menos até que o país desenvolva ou aprove outras moléculas?"

Na segunda-feira, o Ministério da Agricultura declarou estado de emergência no oeste da Bahia, devido à lagarta. O prazo de vigência da declaração será de um ano, e o governo baiano tem autoridade para delimitar a área de atuação no período emergencial e adotar a ação de controle.

A declaração vem após a publicação do decreto 8.133 do mês passado, que regulamenta a lei nº 12.873/2013, que trata nos artigos 52 a 54 sobre casos críticos de ataques de pragas no campo.

Nesse caso, fica permitido ao ministro da Agricultura estabelecer as medidas agronômicas e veterinárias necessárias no momento.

Grupo seleto 1 A Native é a primeira empresa do ramo de açúcar e de álcool a fazer parte do seleto grupo da UEBT (União para o BioComércio Ético). No Brasil, 13 empresas são membros da entidade, entre elas a Natura, do setor de cosméticos.

Grupo seleto 2 Para ingressar na UEBT, as empresas têm de demonstrar compromisso com práticas de abastecimento que promovam a conservação da biodiversidade, que respeitem o conhecimento tradicional e que garantam a partilha dos benefícios na cadeia produtiva.

Carnes 1 As exportações de outubro superaram as de setembro. As vendas de carne suína "in natura" somaram 45 mil toneladas, ante 40 mil no mês anterior. As receitas foram a US$ 131 milhões.

Carnes 2 Já as exportações de carne bovina subiram para 119 mil toneladas, 6% mais do que em setembro, enquanto as de frango foram a 320 mil toneladas, 15% mais. Os dados são da Secex e se referem apenas às vendas de carnes "in natura".

Boas condições O plantio de soja avança e tem ritmo melhor do que em 2012. O clima favorece, embora haja seca em regiões localizadas. A avaliação é Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja.

Em alta A arroba de boi voltou a subir no mercado paulista, comercializada a R$ 109 ontem, conforme dados da Informa Economics FNP. A oferta de gado pronto para o abate continua enxuta, segundo a consultoria.

DE OLHO NO PREÇO

cotações

Chicago

Milho
(US$ por bushel)4,25

Soja
(US$ por bushel)12,59

Nova York

Açúcar
(cent. de US$)*18,26

Café
(cent. de US$)*103,45