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Com câmbio melhor, lucro da Vale cresce 139% no 3º trimestre

Dólar mais estável reduziu custo financeiro; empresa também cortou despesas e aumentou o faturamento

Analistas esperam que desempenho da mineradora brasileira continue se recuperando neste ano

PEDRO SOARES DO RIO

Num cenário de câmbio mais estável, preço melhor do minério de ferro e produção e exportações crescentes, a Vale lucrou R$ 7,949 bilhões entre julho e setembro deste ano, alta de 139% ante o terceiro trimestre de 2012.

Na comparação com o segundo trimestre, o crescimento foi de 855%.

De abril a junho, a Vale havia amargado uma queda de 84% ante os três primeiros meses do ano em seu lucro diante da disparada do dólar e da consequente pressão sobre suas dívidas.

Cotações mais baixas do seu principal produto, o minério de ferro, também contribuíram, e o câmbio havia gerado um impacto negativo de cerca de R$ 7 bilhões.

Agora, o programa de redução de custos e principalmente a cotação do dólar mais favorável deram um empurrão ao desempenho da maior produtora global de minério de ferro, segundo analistas e a companhia.

De um lado, o câmbio mais estável, sem o repique do segundo trimestre, ajudou ao reduzir o impacto negativo sobre seu endividamento em dólar, que gerou resultado financeiro negativo menor, em torno de R$ 1,2 bilhão.

De outro, o volume maior de vendas da empresa e a estabilidade relativa dos preços do minério de ferro, segundo analistas, elevaram o faturamento da companhia.

O faturamento foi de R$ 29,5 bilhões no terceiro trimestre, o que significa um crescimento de 23,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

RECUPERAÇÃO

O mercado já esperava uma recuperação dos resultados da companhia.

Pedro Galdi, da corretora SLW, ressalta a melhora da demanda por minério de ferro, a produção sazonalmente maior no terceiro trimestre (quando as chuvas são mais escassas nas áreas produtoras e a Vale consegue melhor desempenho em suas operações) e os custos mais controlados asseguraram um "resultado muito bom".

Para o banco de investimento JPMorgan, o "foco continuará a ser na "disciplina", com redução de custos operacionais (do dia a dia da empresa, como manutenção, com fornecedores, gastos com pessoal) e dos investimentos.

Em entrevista recente à Folha, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse que o objetivo é "fazer mais com menos" e que projetos não serão tocados a "qualquer custo."

Apesar da reação no terceiro trimestre, a Vale não conseguiu deslanchar sua produção --o que só ocorrerá com a nova mina de Carajás-- nem recuperar a participação de mercado perdida para as concorrentes estrangeiras.

Outro ponto de incerteza para o desempenho futuro da mineradora é a economia global, que vive um período de desaceleração --o que pode rebater no consumo de aço e no seu principal insumo, o minério de ferro.

Do mercado brasileiro, a Vale não espera muito alento, com a sobra de capacidade das siderúrgicas do país e sem a perspectiva de crescimento do consumo de aço.

A empresa afirma, porém, que a demanda por minério no último trimestre deste ano tende a ser maior com o ganho de ritmo da produção industrial.


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