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Com altos estoques, montadoras desaceleram

Em outubro, produção teve queda de 2,5% em relação a setembro

Desde janeiro, houve alta de 12,4% na fabricação, mas queda de 0,7% nas vendas; estoque é de 40 dias

GABRIEL BALDOCCHI DE SÃO PAULO

Para fazer frente à perda de fôlego do mercado interno e aos estoques elevados, montadoras desaceleraram o forte ritmo de produção e deram início a um processo de ajuste que deve se estender pelos próximos meses e perdurar até o início de 2014.

Sinais de desgaste nas vendas ficaram mais evidentes nos últimos dois meses diante de um cenário de maior restrição no crédito. A queda ocorre apesar da redução do IPI, adotada em 2012 e mantida parcialmente neste ano.

Em outubro, as fábricas produziram 323,7 mil unidades, 2,5% menos do que no mês anterior e praticamente estável (0,5%) em relação ao mesmo mês do ano passado.

No ano, o volume fabricado (3,17 milhões de unidades) é 12,4% superior ao registrado em igual período de 2012 e contrasta com a queda de 0,7% nas vendas (3,11 milhões) até outubro.

O descompasso entre as duas pontas resultou no acumulo de estoques, pelo segundo mês seguido, a um patamar equivalente a 40 dias de vendas, nível considerado desconfortável por analistas.

"A produção estava num ritmo descolado. Mesmo com o recuo, o ritmo das vendas não está sendo suficiente para fazer o estoque cair", afirma o analista da Tendências Consultoria, Rodrigo Baggi.

O presidente da Anfavea (associação das montadoras), Luiz Moan, considera normal o nível de estoques acumulados em outubro e prevê forte ritmo de vendas nos dois últimos meses do ano.

REFORÇO

O setor espera contribuições positivas de ao menos três fatores para reverter a tendência de queda e evitar a primeira retração anual desde 2003: a retomada do leasing, o tradicional aquecimento de final de ano e uma possível antecipação de compras diante da expectativa da retomada do IPI, prevista para o início de 2014.

"Todas as montadoras estão fazendo investimentos fortíssimos de marketing e, sazonalmente, sabemos que os últimos meses temos um pico de venda", afirma Moan.

Com uma surpresa favorável nas exportações, puxadas pela alta do dólar, pelo avanço do mercado argentino e pela substituição das importações, as marcas sustentaram recordes seguidos na produção neste ano.

As vendas ao exterior até outubro (480 mil veículos) já superaram em 6% as exportações de todo o ano de 2012.

A Anfavea manteve a meta de crescimento de 1% a 2% nas vendas em 2013. Para a produção, a expectativa é de avanço de 12%.

As consultorias trabalham com cenário menos otimista: estimam estabilidade e não descartam a possibilidade de uma retração.


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