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Dólar vai a R$ 2,305, maior valor em 2 meses

Moeda se fortalece ante o temor de investidores de que BC dos EUA inicie corte de estímulos

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

O forte crescimento da economia dos Estados Unidos no terceiro trimestre renovou as apostas dos investidores de que o Federal Reserve (banco central americano) deve começar a cortar seu estímulo à economia.

Essa perspectiva provocou a valorização do dólar sobre as principais moedas emergentes, uma vez que o corte do estímulo nos EUA pode restringir a oferta da moeda americana nesses mercados, pressionando o câmbio.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia em alta de 0,92% em relação ao real, cotado em R$ 2,305 --maior valor desde 5 de setembro, quando ficou em R$ 2,334.

Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, teve avanço de 1,05%, a R$ 2,307 --também maior nível desde 5 de setembro, quando ficou em R$ 2,324.

Em relação às 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar só teve queda sobre 5: da Turquia, da Indonésia, da Argentina, das Filipinas e da China.

A economia americana avançou 2,8% no trimestre encerrado em setembro, na taxa anualizada, superando a alta de 2,5% registrada pelo PIB entre abril e junho.

O número também superou as estimativas de analistas de mercado, que esperavam um avanço de 2%, e indica o melhor resultado desde o terceiro trimestre de 2012.

Desde 2009, o Fed recompra US$ 85 bilhões por mês em títulos públicos para injetar recursos na economia dos EUA e estimular uma retomada. Como parte desse valor acaba migrando para outros mercados, como o Brasil, a possibilidade de um corte preocupa os investidores.

"Os investidores não estão considerando, no entanto, que o PIB divulgado nos EUA não considera a paralisação do governo americano no início de outubro. Isso vai prejudicar o crescimento acumulado do país no ano. Por isso, continuo achando que o Fed só começará a cortar seu estímulo em 2014", diz João Brügger, analista da Leme Investimentos.

Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, existem outros fatores que devem aliviar as preocupações com o estímulo nos EUA no curto prazo.

"Um deles é o aumento da taxa básica de juros [a Selic] para dois dígitos, o que deve acontecer em breve. Isso atrairá naturalmente mais aplicações externas ao Brasil, abastecendo a oferta de dólares no mercado."

"Outro fator importante é a entrada dos recursos das empresas que venceram o leilão do campo de Libra, no pré-sal. Parte desses recursos deve entrar no país em dezembro e também trará alívio ao câmbio", completa Galhardo.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou o dia em queda de 1,21%, a R$ 52.740 pontos.


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