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Migração de AM para FM pode exigir a compra de novo rádio
Dilma assina decreto que permite que emissoras troquem de banda
Decreto assinado ontem pela presidente Dilma Rousseff permitirá que rádios AM migrem para a banda FM.
Em grandes cidades, a mudança pode exigir que o governo adapte uma faixa --hoje usada por canais de TV aberta-- para conseguir abrigar as emissoras interessadas.
Com essa medida, os consumidores terão de trocar o aparelho de som caso queiram ouvir as estações encaixadas na nova faixa, já que os atuais não a sintonizam.
O anúncio da migração foi programado para o Dia do Radialista e foi bem recebido pelo setor de radiodifusão.
A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV) defendeu que o domínio do rádio foi enfraquecendo ao longo do tempo com a chegada de novos meios. Mas a rádio AM, principalmente, foi prejudicada com a queda de qualidade do áudio, suscetível a interferências e ruídos.
O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) disse que a medida não obriga a migração, mas abre a possibilidade para as interessadas. Ele estima que 1.700 estações devam pedir que sejam sintonizadas na FM.
Os pedidos poderão ser feitos a partir de janeiro, e ao menos dois terços dessa demanda deve ser prontamente atendida, segundo Bernardo.
"Não adianta mudar amanhã, tem de fazer com planejamento. As empresas têm de comprar transmissores novos, já me disseram que isso custa de R$ 35 mil, R$ 50 mil", disse. "Também tem que ter um período de transmissão simultânea, porque você vai mudar para FM, mas seu ouvinte da AM quer saber disso."
O decreto prevê prazo máximo de cinco anos para que uma rádio mantenha operações simultâneas em AM e FM.
DIFICULDADE
Nos casos em que não for possível fazer a migração, por falta de espaço na FM, as rádios terão de esperar cerca de um ano e meio, prazo para a conversão da TV analógica para a digital. Com isso, os canais 5 e 6, hoje de TV analógica, ficarão livres e receberão as rádios remanescentes.
A estimativa é que caibam cerca de 20 emissoras de rádio em cada canal de TV.
O problema é que, por enquanto, os rádios disponíveis no mercado não conseguem sintonizar essas novas estações. Como a faixa não era prevista para esse uso, os modelos atualmente no mercado ainda não a reconhecem.
O governo informou que já iniciou diálogo com a indústria para que rádios adaptados sejam lançados, com a mesma variedade e valores semelhantes aos vendidos atualmente.
