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Operadora da Fifa atribui preço alto a setor hoteleiro

Para órgão do setor, investigação do governo sobre tarifas tira foco de problemas como o da mobilidade

DO RIO DE BRASÍLIA

A Match Services, parceira da Fifa, informou à Folha que tem colaborado com o Cade e com a Senacon, órgãos federais de defesa do consumidor, no esclarecimento das questões sobre hospedagem.

A empresa informou que os preços são resultado do fato de que a indústria hoteleira do Brasil, durante décadas, cobrou altas tarifas durante grandes eventos, como Carnaval, Ano Novo e Fórmula 1.

A Match afirma também que seu principal foco é garantir hospedagem para a Fifa, seus parceiros e seleções, que demandarão 200 mil pernoites. Apenas uma "pequena proporção" das vagas é repassada ao público e nem todos os preços foram fechados, diz a empresa.

A Folha mapeou 85 hotéis em São Paulo, Rio, Brasília e Fortaleza que já oferecem vagas pelo site e mostrou que, na maioria dos casos, o valor é maior que o cobrado diretamente pelos próprios estabelecimentos (veja quadro).

A Match nega abusos. Diz que suas tarifas são reflexo dos preços cobrados pelos hotéis e o objetivo da empresa é disponibilizar hospedagem "em termos justos e com preços razoáveis".

A empresa diz que há um "pequeno número de exceções" nas quais aceitou tarifas mais caras dos hotéis.

A Match afirma ainda que tem custos operacionais de 18% e que pode oferecer descontos de até 20% nas tarifas. A empresa diz que não regula os preços e que cabe aos hotéis determinar as tarifas.

O presidente da Embratur, Flávio Dino, afirma, porém, que a baixa disponibilidade de quartos de hotel para o período da Copa não ocorre por falta de oferta, mas porque a maior parte dos quartos está nas mãos da parceira da Fifa.

Com isso, diz Dino, a Match tem poder de impor os preços no mercado.

A Embratur também já tomou outras providências, como o envio de ofício à Secretaria Nacional do Consumidor dizendo que a Match pratica comissões de intermediações muito acima do que costuma ser praticado no mercado turístico, em "detrimento dos direitos dos potenciais consumidores".

RIO INFLACIONADO

Em relação às diárias de hotéis cariocas muito superiores às oferecidas pelos mesmos estabelecimentos em outras épocas de alto movimento, o vice-presidente da Abih-RJ (associação da indústria de hotéis do Rio), Paulo Michel, afirmou que a cobrança "não é comum".

Ele acrescentou que a associação tem feito encontros com o empresários do setor para fazer uma conscientização sobre preços.

Em reunião com a Casa Civil em outubro, foi definido que as entidades representantes de hotéis serão convocadas para reuniões sobre as diárias na Copa.

O governo diz ter encontrado "indícios de aumento abusivo" nas diárias de hotéis e oito redes foram notificadas pelo Ministério da Justiça para prestar esclarecimentos.

O Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, por sua vez, diz que o governo federal "desvia o foco das reais preocupações relacionadas aos megaeventos: a mobilidade urbana e o legado, de responsabilidade do Estado".


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