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Votorantim assume R$ 570 mi da OSX

Banco, que é coadministrado pelo BB, era "fiador" de empréstimo do BNDES, que preferiu executar a garantia

Dívida da empresa de Eike pode atrasar projeto do banco de encerrar prejuízos e voltar ao azul em 2013

RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

O Banco Votorantim foi obrigado a assumir uma dívida de R$ 570 milhões da empresa naval OSX, do empresário Eike Batista, no momento em que se preparava para voltar ao azul após registrar sucessivos prejuízos.

O banco, cuja gestão é compartilhada entre a família Ermírio de Moraes e o Banco do Brasil, era o "fiador" do empréstimo feito, originalmente, pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Nessa operação, o Votorantim vendeu ao BNDES a fiança, em troca de garantir o pagamento da dívida. O banco estatal preferiu executar essa fiança e reaver o dinheiro.

Como se tratava de uma fiança, o Votorantim não tinha a obrigação de fazer provisões para cobrir uma eventual perda. A Folha apurou que só 20% desse valor já estava salvaguardado.

O banco, no entanto, já contava com o cenário de execução da fiança e veio reduzindo custos para manter a previsão de voltar a obter lucro ainda neste ano.

Especialista em financiamento de carros usados, o Votorantim teve prejuízo de R$ 633 milhões de janeiro a setembro --59,4% menos do que o R$ 1,56 bilhão do mesmo período de 2012.

O Votorantim está otimista com a possibilidade de recuperar o dinheiro, porque a OSX pode vender as plataformas de petróleo que possui para quitar suas dívidas. Na visão de executivos ouvidos pela Folha, a empresa só precisa de tempo.

A OSX entrou em recuperação judicial na semana passada. Antes do processo, o Votorantim e o Santander (fiador de um empréstimo da Caixa) concordaram em injetar, cada um, mais R$ 10 milhões na empresa e em renovar os empréstimos até outubro do próximo ano.

Mas o dinheiro novo só será injetado se forem aprovadas pela Justiça as novas garantias oferecidas pela empresa, que são formadas pelos recursos que serão obtidos com a venda das plataformas.

O empréstimo feito pelo BNDES, que foi agora assumido pelo Votorantim, venceu na última sexta, após o banco ter prorrogado o prazo duas vezes.

A Caixa Econômica Federal encontrava-se em situação semelhante à do BNDES.

Em outubro, venceu um empréstimo de R$ 460 milhões concedido à OSX e garantido pelo Santander. O banco público decidiu, no entanto, rolar por um ano a dívida, juntamente com seu garantidor.

Até agora, o pedido de recuperação judicial da OSX não foi aceito pela Justiça do Rio de Janeiro.

Procurados, o BNDES e Votorantim não quiseram comentar o caso, afirmando que o assunto envolve sigilo bancário de um cliente.


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