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Galeão e Confins são arrematados por mais do triplo do valor mínimo

Odebrecht faz oferta de R$ 19 bilhões pelo Galeão, valor quase 300% acima do lance mínimo

Cinco grupos disputaram os dois aeroportos; CCR levou Confins por R$ 1,82 bi, ágio de 66%

MARIANA BARBOSA DE SÃO PAULO

O governo federal garantiu uma arrecadação de R$ 20,84 bilhões nos próximos 25 a 30 anos com a concessão dos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG), em leilão realizado ontem em São Paulo.

O valor é 251% superior aos R$ 5,9 bilhões previstos como lances mínimos para os dois aeroportos somados.

A Odebrecht e a Changi, operadora estatal do aeroporto de Cingapura, arremataram o Galeão por R$ 19 bilhões --294% acima do preço mínimo. Já Confins saiu com ágio de 66%, por R$ 1,82 bilhão, para a CCR e os operadores de Zurique e Munique.

A proposta de Odebrecht e Changi, sócias com 60% e 40% do consórcio respectivamente, ficou tão acima da expectativa dos concorrentes que ninguém se habilitou a oferecer novos lances.

Estavam habilitadas para disputar com a Odebrecht os consórcios encabeçados por CCR (proposta inicial de R$ 10,35 bilhões), EcoRodovias (com R$ 13,1 bilhões) e Carioca (R$ 14,5 bilhões).

Em valores nominais, a proposta do Galeão supera o lance vencedor do aeroporto de Guarulhos, no ano passado: R$ 16 bilhões. No entanto, os R$ 19 bilhões do Galeão serão pagos ao longo de 25 anos, enquanto a concessão de Guarulhos, vencida pela Invepar, dura 20 anos.

Considerando que Guarulhos tem uma receita três vezes maior do que o Galeão, o aeroporto do Rio deverá gerar para os investidores uma rentabilidade inferior.

O presidente da Odebrecth Transport, Paulo Cesena, justificou o valor da proposta: "O que vimos é resultado de anos e anos de estudo. O Rio é o destino mais importante do país e apostamos na capacidade de crescimento do aeroporto para mais de 60 milhões de passageiros ao ano."

O executivo disse acreditar que o negócio deve se pagar com a ajuda das comerciais. "A área comercial hoje é de 10 mil m² e vamos ampliar para 60 mil m²."

O governo comemorou o resultado tanto pelo ágio como pelo fato de que a disputa atraiu e foi vencida pelas maiores estrelas do setor.

O aeroporto de Cingapura é considerado o melhor do mundo e oferece, no país de origem, diversões como tobogã gigante, piscina e cinema.

O presidente da empresa, Lim Song, não prometeu piscina e tobogã para o Galeão. A prioridade neste momento será transformar a experiência do aeroporto em algo "agradável" e "sem stress", afirmou. A Changi já atua no Brasil, como consultora do governo de Minas em projeto para o aeroporto de Confins.

O ágio leva também a um esforço financeiro maior por parte da Infraero -sócia com 49% em cada concessão.

Nos primeiros anos, quando o investimento é maior do que a receita e os sócios têm que aportar recursos para fazer frente ao pagamento pela concessão, o Tesouro tem cobrir a parte da Infraero.


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